Minas Gerais

Coluna

Reconstruir o Brasil depende da força do povo e da união das esquerdas

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PSOL está reunindo propostas de partidos de esquerda e da população para debater com Lula sua candidatura única - Foto: APUBH +
Convidamos o povo para colaborar, desde já, na construção do programa que deve ser levado às urnas

Em 16 de fevereiro estivemos, militantes do PSOL, lançando a plataforma Direito ao Futuro, em Brasília, ao lado de parlamentares e representantes do PSB, PT e PCdoB, contando com presenças significativas, como os deputados federais Alessandro Molon (PSB), Jandira Feghali (PCdoB) e Gleisi Hoffmann (PT), que também é a atual presidenta do partido. Direito ao Futuro é nossa contribuição para o debate eleitoral, um diálogo programático puxado pelo PSOL para reconstruir o Brasil.

Derrotar Bolsonaro é urgente. No dia do lançamento, fui à Brasília para estar com Talíria Petrone, deputada federal, Guilherme Boulos, pré-candidato ao governo de São Paulo, e Juliano Medeiros, presidente do PSOL, que serão nossos representantes na luta pela unidade das esquerdas nas eleições de 2022.

Queremos abrir o debate sobre qual o programa Lula deve levar às urnas. Nesse sentido, apontamos três eixos fundamentais: a revogação das medidas aplicadas após o golpe de 2016, como as reformas trabalhista, da Previdência e o teto de gastos; política efetiva de enfrentamento da crise climática e ao racismo ambiental com desmatamento zero; e uma reforma tributária que possa diminuir o imposto do nosso consumo e taxar as fortunas bilionárias.

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Mas é importante entender que as eleições não estão definidas. A luta para esperançar o nosso futuro vai ser bem dura. Bolsonaro poderá usar muitas ferramentas para vencer essa eleição. A luta deverá ser militante e organizada nas ruas. É imprescindível construir uma saída conjunta com movimentos sociais, ativistas, coletivos e lideranças comunitárias. Convidamos o povo para colaborar nessa construção desde já, conhecendo o programa, enviando e avaliando propostas para ajudar a construir um novo Brasil.

Nossa plataforma é estruturada em cinco eixos programáticos: Economia, Trabalho e Renda; Ampliação dos Direitos Sociais; Direitos Humanos e Combate às Opressões; Meio Ambiente, Crise Climática e Transição Energética; e Democracia, Instituições e Relações Internacionais. O processo coletivo de construção terá três fases. Neste momento, estamos recebendo contribuições na plataforma e você pode enviar sua proposta.

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A segunda é a fase de consulta pública, para debater e avaliar as propostas apresentadas, com eventos online e presenciais em todo Brasil, sendo mais uma oportunidade para a participação popular. O processo finaliza com a apresentação do documento final para a sociedade.

Abrindo os trabalhos e dando o tom do que queremos para o país, lançamos o programa já com 12 propostas iniciais do PSOL, nos cinco eixos, para construir a unidade das pessoas que lutam por justiça social e igualdade, devolvendo o Brasil para o seu povo, promovendo o bem viver e reconstruindo a imagem do país perante o resto do mundo.

Olhar para o futuro

Como defendemos em nossa plataforma, o futuro do nosso país depende de superar a destruição implementada pelo governo genocida e construir um Brasil que caminhe lado a lado com o povo. Acreditamos que a união das esquerdas precisa olhar para o futuro. É preciso derrotar o atraso e o ataque aos direitos, ao mesmo tempo em que é preciso sonhar e construir um país soberano, de justiça social para o povo, sustentável e gerador de oportunidades.

Nosso compromisso é com as lutas e com o futuro do povo brasileiro. A batalha pela unidade da esquerda tem o objetivo de colocar um fim a este governo e remover Bolsonaro da presidência, mas não só. Defendemos que ela sirva, finalmente, para colocar em prática uma agenda política de transformações profundas no país, de inversão de prioridades.

Mas, para que isso se torne realidade, alianças com a direita conservadora e liberal, representada por Alckmin, não podem ocorrer. Precisamos de uma grande aliança sim, de uma grande unidade entre os movimentos sociais, entre as esquerdas, entre os trabalhadores, com as juventudes que lutam pelo seu futuro, os movimentos negro, feminista e LGBTI+ e tantos outros. Não é possível mudar o Brasil e varrer a extrema direita do cenário político nacional se aliando à direita e aos golpistas.

Seguimos firmes porque temos plena consciência de que nossa tarefa número zero é derrotar Bolsonaro, mas não podemos deixar de construir, desde já, um novo futuro para o país.

Iza Lourença é vereadora em Belo Horizonte pelo PSOL

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Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

Edição: Larissa Costa