Minas Gerais

TÓXICO

Sindicato cobra explicações sobre forte odor de gás da refinaria da Petrobrás, em Betim (MG)

Moradores teriam relatado dor de cabeça, irritação das vias aéreas e outros sintomas desde domingo (13)

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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Em boletim publicado em 11 de março, o próprio Sindipetro-MG denunciou a quebra de um compressor na unidade de destilação de petróleo - Foto: Arquivo Petrobrás

Um forte cheiro de gás está sendo sentido pelas comunidades do entorno da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). O odor está causando sintomas como dor de cabeça, tontura, perda de apetite e irritação nas vias aéreas, segundo o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG).

Os relatos começaram no domingo (13), de forma leve e vem aumentando ao longo dos dias. O sindicato informa que enviou um ofício à refinaria, cobrando a apuração e providências para resolver a situação. E cobra, especificamente, explicações sobre problemas que teriam ocorrido em uma nova unidade da refinaria e no sistema de vácuo de um dos equipamentos que, sem manutenção, teria jogado gases para a atmosfera.

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Em boletim publicado em 11 de março, o próprio Sindipetro-MG denunciou a quebra de um compressor na unidade de destilação de petróleo. A máquina faz a retirada dos gases de topo da torre de destilação a vácuo e seu eixo estaria quebrado. O resultado foi a emissão de componentes tóxicos no ar.

“Com a ausência desse compressor, no dia 27 de fevereiro de 2022, o gás contendo hidrocarbonetos e componentes tóxicos, que normalmente segue para o CCF1, foi desviado para a atmosfera”, relatou o boletim. “A emissão desses gases provoca a contaminação ambiental e representam risco à saúde das pessoas”, completa.

A reportagem entrou em contato com a Petrobrás, que admitiu a falha de equipamento e também confirmou as reclamações sobre odores nos arredores da Regap. Porém, a empresa nega que a emissão do gás possa prejudicar a saúde dos moradores e dos trabalhadores.

Segundo a Petrobrás, o problema será corrigido até o fim de março.

Privatização e “acidentes”

Situações como essa têm servido como um alerta sobre a redução de funcionários na Petrobrás. Por exemplo, uma falha em outro setor, no raqueamento Catalítico Fluidizado (CCF) da Regap, também conhecido como Secra, poderia gerar uma nuvem tóxica e chegar até o bairro Riacho das Pedras, em Contagem.

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“O sindicato tem denunciado o sucateamento da empresa com vistas à privatização, que vai trazer danos aos trabalhadores e à população”, afirma o coordenador geral do Sindipetro-MG, Alexandre Finamori. “Cobramos a apuração urgente sobre a origem dessa contaminação, assim como medidas para que os trabalhadores e a população fiquem em segurança”, diz.

Edição: Larissa Costa