O quebra-cabeça de 2022 vai ficando cada vez mais complicado para o governador Romeu Zema (Novo), que achou que poderia resolver tudo com propaganda, liminares e acordos com a Vale. Com diversas categorias em greve, o governo vai perdendo o rebolado, com dificuldades de fazer um governo "eficiente", bordão da sua campanha eleitoral.
De um lado, servidores públicos em luta. Por exemplo, os educadores, que compõe a maior categoria profissional de Minas Gerais e reivindicam, desde o início deste mês, que sua renda seja reajustada segundo o piso salarial nacional, garantido em lei. E também outras categorias, como segurança e saúde que têm travado importantes disputas contra o governo estadual.
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Do outro lado, está um governo estadual empresarial, apático, que demonstra não ter nenhuma dimensão do que significa fazer uma gestão que considere a vida da população mineira. A postura assumida para negociar com as diferentes categorias é sempre a mesma: intransigente e sem nenhuma proposta, sempre se escondendo atrás de medidas judiciais.
Luta contra a privatização
Em Belo Horizonte, os metroviários também fazem sua parte e, em greve, defendem o transporte público e de qualidade, o emprego digno e se posicionam contra a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), processo desencadeado no ano passado pelo governo Bolsonaro. Cerca de 1600 funcionários da estatal, embora concursados, não sabem o que acontecerá com seus empregos.
Além da batalha contra a política privatista e neoliberal, é fácil entender a luta pela garantia do emprego. O Brasil tem mais de 14 milhões de desempregados. E o reajuste salarial, no caso da educação, é questão de sobrevivência, já que a cesta básica subiu 48% em três anos e a gasolina, mais de 6% só neste ano.
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Com as aulas suspensas e o metrô parado na capital, cresce a revolta de quem depende desses serviços. Mas o cenário é que o governo estadual tem dinheiro para pagar os educadores e o governo federal pode negociar com os metroviários. No entanto, é óbvio que Zema e Bolsonaro têm mais em comum com os grandes empresários do que com os trabalhadores.
Como diz o rapper Criolo, no samba "Fermento pra massa", “eu que odeio tumulto, não acho um insulto manifestação”. É preciso apoiar as greves contra Zema e contra Bolsonaro. Juntas, defendem a causa única que é a melhoria da qualidade de vida de todos os trabalhadores e trabalhadoras de Minas Gerais.
Edição: Larissa Costa