Com o objetivo de retratar a realidade de povos indígenas aldeados durante a pandemia da covid-19, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) exibe até o dia 30 de abril a exposição (Re)Tratar – Cura da Terra. A mostra é aberta ao público e está no Corredor da Memória, na Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte.
Produzido pelo estudante de medicina Otávio Kaxixó e pelo professor Edgar Kanaykõ, o trabalho de fotografia foi realizado nas comunidades dos povos Xakriabá, em São João das Missões, no Norte de Minas, e Kaxixó, em Martinho Campos, no Centro-oeste de Minas.
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“Tivemos que retornar para nossas comunidades por uma questão de segurança. Meu povo recebeu a covid-19 de forma assustadora, já que, a princípio, não sabíamos como nos comportar para evitar a infecção. Foi tudo muito instável, assim como foi fora da aldeia”, contou o estudante.
Otávio alerta que a falta de demarcação e a impossibilidade de criar uma barreira de contenção no território do povo Kaxixó dificultou ainda mais a situação. Ele enfatiza que o descaso do governo federal com os povos indígenas durante a pandemia também foi um agravante.
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“No Kaxixó, tivemos aumento da exploração de recursos hídricos durante a pandemia, assim como de queimadas para substituição de floresta por lavouras. Foi o agronegócio passando a boiada. Tentamos conter, mas o que mais nos assola é que, ao mesmo tempo, precisamos proteger os nossos parentes da infecção pela covid. Fomos pegos de surpresa. Até hoje tentamos contornar esses abusos”, afirma.
A exposição é parte da programação do Abril Indígena da UFMG, promovido pelo Programa de Educação Tutorial (PET) Indígena, com apoio da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae).
Serviço:
Exposição (Re)Tratar – Cura da Terra
Onde: Faculdade de Medicina da UFMG
Endereço: Avenida Professor Alfredo Balena, 190, Santa Efigênia
Evento gratuito
Edição: Larissa Costa