A realidade do trabalhador mineiro é de inflação, desvalorização, ameaças de privatizações e ataques ao meio ambiente. Essa é a avaliação de Ana Carolina Vasconcelos, dirigente do Movimento Brasil Popular, uma das entidades que organiza o Encontro de Comitês Populares no sábado (30), em Belo Horizonte, junto ao Festival Estadual de Arte e Cultura e Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A atividade tem como objetivo organizar uma resposta ativa dos trabalhadores à insatisfação com o governo de Jair Bolsonaro (PL) e também o de Romeu Zema (Novo). “Os governos parecem ter ojeriza dos serviços e dos servidores públicos, atacam e desmontam nossas estatais", avalia a militante. “Para a gente ter emprego, moradia, saúde e uma vida digna para o nosso povo, precisamos desde já construir o enfrentamento a essa política”, completa.
Encontro de Comitês Populares
A programação do evento, que integra a jornada em comemoração ao 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores, conta com uma mesa de análise de conjuntura com João Pedro Stédile, dirigente nacional do MST, e com Camila Moreno, da direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Também estão previstos debates sobre o papel da comunicação, do movimento negro, cultural e dos sindicatos na luta popular.
Jeferson Leandro, diretor do Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro), explica que a construção dos comitês populares para as eleições de 2022 já está em andamento por todo o estado e que o encontro pretende alinhar e ampliar essa atuação. “A tarefa central dos comitês para o próximo período é fortalecer a luta por um Brasil melhor, derrotando Bolsonaro e derrotando o Zema”, ressalta o sindicalista.
A atividade acontece no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e começa às 9h de sábado (30). Para participar, é necessário se inscrever aqui.
Dia dos Trabalhadores: 1º de Maio em Belo Horizonte
No domingo, 1º de maio, as centrais sindicais organizam um ato em Belo Horizonte, em denúncia aos retrocessos enfrentados no estado. “Somos todas e todos penalizados por uma política econômica que sabota a qualidade de vida de brasileiras e brasileiros, com a carestia, os preços exorbitantes de alimentos, combustíveis, gás de cozinha e que leva pessoas a disputar ossos”, diz nota da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT). “Precisamos nos mobilizar para construir um histórico 1º de maio, capaz de impulsionar ainda mais a nossa luta para derrotar o projeto político em curso no país e replicado em Minas Gerais”, diz o texto.
A concentração da manifestação acontece às 9h na Praça Afonso Arinos, no Centro da capital, e segue em direção a ALMG, onde acontece um ato político-cultural. Nesta última semana de abril, a as centrais sindicais organizaram uma série de mobilizações e panfletagens em convocação para o ato.
Feira da Reforma Agrária do MST
De sexta (29) a domingo (1), os mineiros também podem conferir o Festival Estadual de Arte e Cultura e a Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar do MST. O evento já é tradicional no estado e agora está sendo retomado após o isolamento imposto pela pandemia de covid-19.
Na feira serão comercializados, a preços acessíveis, cerca de 60 toneladas de alimentos e outros produtos orgânicos e agroecológicos, produzidos em terras ocupadas pelos trabalhadores e que antes estavam improdutivas.
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Em entrevista ao Brasil de Fato MG, Maíra Pereira, do setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente do MST de Minas Gerais, explica que um dos objetivos do evento é trazer o acesso para moradores da capital de produtos agroecológicos e debater sobre segurança e soberania alimentar.
“Para nós, é importantíssimo trazer esses alimentos produzidos por nós, camponeses, sem-terra, porque assim a gente mostra a importância da agricultura familiar e da reforma agrária”, aponta Maíra.
Os alimentos comercializados são produzidos nas nove regionais de Minas Gerais e em outros estados do Brasil. Além da compra dos produtos, os visitantes também podem degustar comidas típicas de todas as regiões do estado no espaço “Cozinha da Roça”.
Concomitante à feira, o MST realiza o Festival Estadual de Arte e Cultura. A abertura do evento será com um show de violas caipiras com a presença de Wilson Dias, Letícia Leal e Luiz Salgado. O evento acontece nesta sexta (29), às 20h.
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No sábado a atração cultural será uma roda de samba com Cinara Gomes, Davi Figueira e outros cantores. Já no domingo, é a vez do bloco de carnaval do MST, o "Pisa Ligeiro”, que conta com a participação de outros blocos da capital mineira. Titane, Sérgio Pererê e Maurício Tizumba encerram o festival com o “Canto de Luta''.
Festival Estadual de Arte e Cultura e Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar acontece das 8h às 22h, na Praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte. A entrada é gratuita e aberta a todo público.
Edição: Larissa Costa