Minas Gerais

PRIMEIRO DE MAIO

Editorial | Dia do trabalhador, momento de esperançar

Vivemos tempos de retrocesso e lutamos pelo direito de trabalhar e de trabalhar com direitos

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O primeiro de maio é símbolo da necessidade cada vez mais latente de lutar pelos nossos direitos - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Estamos chegando ao mês das Trabalhadoras e Trabalhadores. O mês de maio já tem no seu primeiro dia a marca da história de luta da classe trabalhadora que reivindica condições de vida e trabalho dignos. O primeiro de maio é símbolo da necessidade cada vez mais latente de lutar pelos nossos direitos.

Vivemos tempos de retrocesso, aumento do desemprego, flexibilização das leis trabalhistas, a cada dia os postos de trabalho informais crescem, sendo a realidade da maior parte das famílias brasileiras, tornando cada vez mais importante a organização da classe na luta pelos direitos. 

Gritos de dor, como da mãe de Jonatan, vão ganhando coro

Queremos direito de trabalhar e trabalhar com direitos – direito ao trabalho digno, à educação de qualidade, à cultura, à vida na periferia. E por isso, seguiremos lutando e resistindo.

Lições do samba

Maio também é mês das mães. E quantas delas sofrem a morte de seus filhos? Mortes pela ação do Estado ou por sua ausência. Enquanto o presidente da República concede indulto, ou seja, perdoa um de seus aliados condenados, a polícia mata sem explicação mais um jovem negro na periferia. Para os aliados de Bolsonaro, não existe lei, há perdão. Para o povo: fome, pobreza e morte. Esse é o retrato do projeto que está colocado no Brasil. Não dá mais.

Os gritos de dor, como da mãe de Jonatan, vão ganhando coro e se transformando em gritos de resistência. No último fim de semana, em Minas Gerais, as ruas da capital foram ocupadas por blocos de carnaval. Entre as músicas, gritos de Fora Bolsonaro e Fora Zema (representante desse projeto de morte e medo aqui no estado) ecoavam misturados a “Olê, olê, olê, olá…”.

Carnaval de BH teve Fora Bolsonaro e Fora Zema

Nas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo, gritos pelo direito de fé e contra a intolerância, gritos em defesa da ciência, gritos em homenagem a grandes nomes da cultura negra e popular. Também foi homenageado Paulo Gustavo, mais uma vítima da covid-19, fruto do descaso desse governo. Uma lei com seu nome que defendia o mínimo de renda para trabalhadores da cultura foi vetada pelo presidente.

Esperança precisa vencer o medo

Não há espaço para a cultura no Brasil de Bolsonaro, mas o povo faz das suas expressões artísticas e sua cultura popular formas de resistir, denunciar e seguir lutando. 

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Nesse final de semana do primeiro de maio, movimentos populares e sindicais vão se somar a Feira de Arte e Cultura da Reforma Agrária na praça da Assembleia Legislativa, para seguir ecoando os gritos do povo mineiro.

“A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida. A gente quer saída”. E essa saída vamos construir juntos, sem medo de ser feliz.  Há esperança. E ela vai vencer o medo mais uma vez.

Edição: Elis Almeida