Minas Gerais

FEMINISMO

Arena Maya, em BH, apresenta batalha livre de dança com participação exclusivamente feminina

O evento tem o objetivo de criar um espaço seguro e de afirmação para mulheres artistas

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O grupo leva o nome, como homenagem, de Maya Angelou, uma poetisa estadunidense e grande influência na cultura afro-americana e nas pautas feministas - Foto: Sylvio Rosa

O Arena Maya, realizado por mulheres e para mulheres, é um evento que conta com batalhas livres de dança, a fim de estruturar um local de afirmação e de fortalecimento das artistas. O projeto é gratuito e acontece no Centro de Referência da Juventude (CRJ), em Belo Horizonte, no dia 27 de maio.

Mulheres de toda a Região Metropolitana foram selecionadas por meio de curadoria realizada pelo Coletivo Maya. Foram escolhidas 16 dançarinas como participantes da batalha.

A competição terá o formato de batalha 1x1, em que cada competidora poderá realizar performances de até 45 segundos e será julgada por júri ao vivo. Ao final, as três melhores colocadas receberão premiações em dinheiro.

"Vamos usar um modelo de batalha em que a dançarina sai da sua zona de conforto, porque são várias modalidades. E ela usa a modalidade dela em ritmos que não está tão acostumada. Por exemplo, alguém do funk dançando em cima de um beat de break dance. É uma mistura de dança e de musicalidade”, explica Chellz Oliveira, b-girl, produtora cultural e uma das juradas do evento.

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Antes do início da pandemia da covid-19, o coletivo realizava aulas de dança, de diversos estilos, para mulheres. As integrantes do grupo notaram dificuldade de acesso feminino nos espaços e nas batalhas de danças, sobretudo as mães, já que, segundo Chellz, os espaços não são pensados para receber as crianças.

"Sempre falávamos sobre o quanto ia ser legal ter uma batalha nossa”, diz Chellz, em referência às mães. “A proposta [do evento] é ter uma competição para mulheres, que também tenha espaço para levar os filhos ou filhas. E uma premiação que valorize a questão artística dessas mulheres”, completa.

Coletivo Maya

O grupo leva o nome, como homenagem, de Maya Angelou, uma poetisa estadunidense e grande influência na cultura afro-americana e nas pautas feministas. Mãe solo, negra, artista e ativista social, a trajetória de vida, a luta e a arte de Maya inspiram as mulheres do coletivo.

“Dentro do nosso coletivo, todas são mães. A maioria são mães solo, lésbicas ou bissexuais, indígenas ou negras. A gente enxerga isso como uma mobilização muito inovadora. Nunca tínhamos visto isso na dança em Belo Horizonte”, conta Chellz.

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Além da maternidade, o grupo traduz, por meio da dança e da expressão corporal, motivações e receios de se viver em uma sociedade machista. O coletivo Maya se propõe a  fortalecer mulheres por meio de danças urbanas, africanas e do femme style.

Mais informações

A duração estimada do evento, que começa às 19h, é de três horas. A programação conta também com discotecagem, pista de dança aberta ao público e um espaço recreativo para crianças que estejam acompanhando suas mães.  

A entrada do público é livre e gratuita, mediante lotação do espaço. O endereço é Rua Guaicurus, 50, no Centro de Belo Horizonte. Acesse @coletivomaya, no Instagram. 
 

Edição: Larissa Costa