Em nota à comunidade acadêmica, divulgada nesta segunda-feira (30), a reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) afirmou que a instituição pode ter seu funcionamento comprometido no próximo período.
O motivo são os novos cortes orçamentários nas universidades e institutos federais, anunciados pelo governo Bolsonaro na última sexta-feira (27). Ao todo, R$ 3,23 bilhões foram cortados do Ministério da Educação (MEC).
Segundo a administração da UFMG, a universidade já vinha funcionando com orçamento reduzido. Com o novo corte de 14,5%, a instituição teme pelos impactos na assistência estudantil e nas ações de ensino, de pesquisa e de extensão.
“O orçamento previsto para o ano de 2022 já era inadequado, sendo 7,43% menor do que o de 2020 e semelhante ao executado no ano de 2008. O contingenciamento anunciado, aplicado sobre as verbas de uso discricionário da instituição, corresponde a uma redução de R$ 32 milhões”, afirma.
No documento, a reitora, Sandra Goulart, e o vice-reitor, Alessandro Moreira, enfatizam a centralidade que as universidades públicas têm tido no enfrentamento à pandemia de covid-19 e alertam que é necessário investimento para que as instituições sigam cumprindo seu papel.
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“Os sucessivos cortes procedidos pelo governo federal ao longo dos anos vão na contramão de um projeto de país que investe nas universidades como agentes de desenvolvimento social e aliadas de primeira hora no enfrentamento de calamidades, catástrofes, emergências sociais e na permanente busca por melhoria das condições de vida de nossa população”, diz a nota.
Para debater sobre o tema, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMG convocou uma assembleia geral dos discentes para terça-feira (31). “Em 2019 conseguimos barrar os cortes. Como? Muita mobilização e luta”, afirma a convocatória.
Entidade critica cortes
No último sábado (28), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou uma nota pública contrária ao corte orçamentário.
A entidade, presidida por Marcus Vinicius David, reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), localizada na Zona da Mata mineira, afirma que não existem justificativas para o contingenciamento. “Inadmissível, incompreensível e injustificável”, diz.
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Convocada pela Andifes, aconteceu na tarde desta segunda-feira (30) uma reunião extraordinária “para avaliar providências de todas as universidades federais diante deste lamentável contexto”.
Edição: Larissa Costa