Em mais um estudo, divulgado na quarta-feira (8), a lamentável realidade do que se transformou o país ficou escancarada: 33,1 milhões de brasileiros e brasileiras não têm o que comer. São 14 milhões a mais do que no passado. À distância dessa grande parte da população que vende o almoço para comer a janta, houve um crescimento de quase 8% no lucro dos maiores bancos privados do país.
Esses índices, se colocados ao lado da desvalorização do salário mínimo, da alta histórica da inflação e do aumento do preço dos combustíveis, mostram que há um Brasil que cresce e outro que vai cada vez mais para o fundo do poço.
Um projeto que não é nosso
Nesse campo de batalha, principalmente em ano eleitoral, é necessário identificar quem está ao lado dos trabalhadores. Como diria Tasha, nos versos da música “auri sacra fames”, que gravou com Don L, “pra vítima, nós não tem vocação”.
Por isso, temos que dar nome aos bois que engordam às nossas custas. E eles são muitos, desde aqueles que assombram Minas há mais tempo – como Aécio Neves, que votou a favor do projeto de lei que permite que bancos retirem a casa de famílias inadimplentes –, até Jair Bolsonaro, um inimigo para todas as horas.
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Romeu Zema, por exemplo, ao permitir a exploração do patrimônio cultural de Belo Horizonte está mais interessado em saber como ele pode se beneficiar, do que com o pagamento do piso salarial dos professores.
O presidente e o Ministro da Defesa, general Paulo César Nogueira, colocam o exército para fazer treinamento na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, para intimidar os trabalhadores que lutam contra a privatização da Petrobrás, mas não colocam os militares para procurar o jornalista e o indigenista que desapareceram no Amazonas enquanto desmascaravam o garimpo ilegal em terras indígenas.
Aécio, Zema, Bolsonaro. Todos compartilham do mesmo projeto político da ganância. São contra os trabalhadores. O título da música de Don L “auri sacra fames” é um verso do poema “Eneida”, de Virgílio, escrito há mais de 2 mil anos e que condena a ambição insaciável de riqueza, isto é, a fome por ouro que condena tantos à inanição.
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Tão antiga quanta essa ambição é a resistência a ela. Saber quem são os inimigos e saber o tamanho do nosso patrimônio que querem roubar é parte da luz que ilumina o caminho para fora desse poço. E, como diz a Tracie, “tenho nada a perder, tô cansada desses caras viver matando nóis pra sobreviver”. Precisamos seguir, juntos e na luta.
Edição: Larissa Costa