Minas Gerais

VISIBILIDADE

Parada LGBTI+ de BH deve acontecer no segundo semestre de 2022

Junho é mês do Orgulho LGBTI+ e marca a luta em defesa da diversidade sexual e de gênero

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Para a população LGBTI+, as Paradas são importantes por dar visibilidade à comunidade e permitir o diálogo com a sociedade - Foto: Divulgação

Devido a pandemia da covid-19, a 23ª edição da Parada LGBTI+ de Belo Horizonte deve acontecer no segundo semestre deste ano. Tradicionalmente, o encontro que marca a luta em defesa da diversidade sexual e de gênero, acontecia no mês de julho. 

“Estamos entrando no inverno, com aumento de contaminação da covid-19. Por conta disso, estamos em negociação com o município e os órgãos sanitários para que a Parada aconteça no segundo semestre”, conta Azilton Viana, vice-presidente do Centro de Luta Livre Orientação Sexual (Cellos), e um dos organizadores da Parada. 

Parada é resistência 

Para a população LGBTI+, as Paradas são importantes por dar visibilidade à comunidade e permitir o diálogo com a sociedade. 

“Nossas vitórias sempre foram fruto de muita luta. Além disso, a Parada é importante pela visibilidade. Geralmente elas acontecem na ocupação do espaço público, à luz do dia. São manifestações políticas e reivindicatórias de direitos”, explica Azilton. 

Além disso, o debate por meio da cultura é característica marcante das Paradas LGBTI+. Na avaliação de Lara Sousa, idealizadora do bloco de carnaval Truck do Desejo e integrante da ColetivA, esse aspecto é fundamental para o diálogo com a população.

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“Os discursos políticos entranhados na programação festiva, apresentados por meio de performances artísticas, falas de representantes de organizações e músicas, são elementos que ajudam na comunicação com o povo”, explica.

História da luta

Para Azilton, a Parada precisa possibilitar que, nos dias de hoje, seja resgatada a resistência e a luta protagonizada pela comunidade no episódio que ficou conhecido como batalha de Stonewall.

No dia 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, em Nova York, gays, lésbicas, transexuais e drag queens se rebelaram contra o abuso policial. 

Na época, os bares eram proibidos de vender bebidas alcoólicas para homossexuais. Porém, o Stonewall Inn, tinha um acordo com a polícia que permitia a venda para qualquer pessoa. Dessa forma, o local foi se tornando um ponto de referência e considerado seguro pela população LGBTI+.

No dia em questão, a polícia descumpriu o acordo e entrou no bar, ameaçando clientes e funcionários. Indignados, os clientes reagiram e encurralaram a polícia. Na ocasião, 13 pessoas foram presas, o que ampliou a mobilização, que durou mais de cinco dias. 

Em referência a data, passou-se a celebrar a resistência da comunidade no mês de junho e em especial no dia 28, Dia do Orgulho LGBTI+.

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“A comunidade LGBTI+ já nasce na luta, no enfrentamento às violências institucionais. Nosso marco é de manifestação por visibilidade e anseio por justiça. Falamos ‘orgulho’, justamente porque não temos vergonha de ser quem somos”, enfatiza Azilton.

Caminhada de mulheres lésbicas e bissexuais

Outra construção que já está a todo vapor na capital mineira é a Caminhada das Lésbicas e Bissexuais de Belo Horizonte. Em sua 18ª edição, que será no dia 26 de agosto, o objetivo é dar visibilidade às mulheres lésbicas e bissexuais. 

“Vemos casos de lésbicas confundidas com homens em vestiários e banheiros, estupros corretivos, discriminação dentro das famílias, em ambientes de trabalho, descaso e negligência em relação à saúde sexual e reprodutora. Lésbicas são mulheres que escolhem outras mulheres para amar e ter prazer”, explica Lara, que também é uma das organizadoras e militante do Movimento Brasil Popular.

Acompanhando

Para saber das atividades de construção da 18ª Edição Caminhada das Lésbicas e Bissexuais de Belo Horizonte, clique aqui. 

Para mais informações sobre a 23ª Edição da Parada LGBTI+ de BH, clique aqui.

 

 

Edição: Larissa Costa