Após mais de uma década, a parada LGBTI+ saiu às ruas de Ouro Preto e tomou a Praça Tiradentes, um dos pontos mais visitados da cidade, no último domingo (3). Victor Diniz Pinto, um dos coordenadores do evento, explica que a retomada da manifestação só foi possível graças à articulação entre entidades civis e a universidade.
A quarta edição da parada integrou a programação do Festival de Inverno da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), que segue até o dia 17. “Foi uma decisão muito apropriada ao tema do festival, que é ‘Encontros’, e diz muito da nossa necessidade de olhar o outro, de reconhecer e de se reencontrar com a diferença”, afirma Gabriela de Lima Gomes, pró-reitora adjunta de Extensão e Cultura da universidade e coordenadora geral do festival.
A fotógrafa do festival e mestranda da UFOP Marcela Nicolas compartilha do sentimento. “Foi um orgulho muito grande registrar as cores que ocuparam nossa histórica Ouro Preto. É uma vitória essa retomada”, avalia.
Apoio à comunidade LGBTI+
Além das atividades culturais, outra importante celebração do evento foi a criação do conselho participativo. Nessa instância, serão debatidas políticas públicas para a população LGBTI+. “É um espaço de controle social e de diálogo que, a partir de agora, vai contar com a presença e voz dessa comunidade. Apesar das conquistas recentes que a cidade vivencia, ainda tem muita luta”, aponta Victor Diniz.
Além do conselho, também foi anunciada a criação do Centro de Referência da População LGBTI+. A previsão é que o local seja inaugurado no início de 2023. No Centro, serão desenvolvidos projetos em parceria com a prefeitura e com a UFOP.
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A expectativa é que a comunidade possa contar com serviços como acompanhamento farmacológico hormonal, atividades educacionais e culturais, formação para construção de meios de comunicação que deem voz à população, entre outras iniciativas.
Edição: Larissa Costa