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Eleição em Minas se nacionalizou e ficou mais competitiva: ótima notícia para Kalil

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Carlos Viana deverá passar a casa dos dois dígitos. E a intenção de voto de Romeu Zema deverá recuar bastante - Foto: Reprodução
Estratégia de Zema tinha tudo para dar errado. E deu

Desde o ano passado tenho sustentado a análise que a eleição para o governo de Minas caminharia para uma “nacionalização” e isto seria muito bom para Alexandre Kalil, desde que o prefeito se unisse a Lula na eleição presidencial.

É isto que está acontecendo agora, com Kalil se unindo a Lula, e com a provável ruptura de Bolsonaro com Romeu Zema. Bolsonaro apostará no candidato a governador de extrema direita senador Carlos Viana.

Zema poderá ficar numa situação muito difícil

Romeu Zena, quis manter o pé em três canoas: a) manter-se formalmente vinculado ao candidato do Partido Novo, Luiz Felipe d'Ávila, candidato que tem traço nas pesquisas e que já foi “cristianizado” pelo governador antes mesmo do lançamento; b) quis um acordo informal com Bolsonaro no primeiro turno, já que com o presidente compartilha o ultraliberalismo, o “privatiza tudo”, mantendo uma certa distância para não se contaminar com o “antibolsonarismo”; c) quis manter um espaço com o eleitorado de Lula, majoritário no Estado, numa articulação com prefeitos do interior com a aposta no voto “Luzema”.

Era um arranjo eleitoral que tinha tudo para dar errado. E deu. Veja a situação complexa enfrentada pelo governador Romeu Zema.

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Pesquisa DATAFOLHA dá ao governador 48% das intenções de voto contra 21% de Alexandre Kalil. Zema ganha disparado, com mais de 70%, entre os eleitores de Bolsonaro e recua para 38% nos eleitores de Lula. A tendência é que Kalil “colado” em Lula tire mais votos “lulistas” de Romeu Zema e a definição de Bolsonaro pelo senador Carlos Viana deverá diminuir muito as intenções de votos de “bolsonaristas” no governador.

Assim, tudo indica, caso se confirme a “nacionalização” da eleição para o governo de Minas, Kalil deverá crescer bastante. Carlos Viana deverá passar a casa dos dois dígitos. E a intenção de voto de Romeu Zema deverá recuar bastante.

Ou seja, a eleição em Minas ficará mais competitiva e, se Lula manter a dianteira no Estado de 48% contra 28% de Bolsonaro, Kalil tem tudo para se tornar uma candidatura muito competitiva.

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Se a eleição de Minas se nacionalizar, Romeu Zema poderá ficar numa situação muito difícil como escrevi em um artigo há um mês: “Com sua estratégia Romeu Zema corre o risco de desagradar os dois lados: não é suficientemente bolsonarista para ter os votos dos bolsonaristas e nem anti-bolsonarista para ter o voto dos eleitores contrários a Bolsonaro”. A ver.

José Prata Araújo é economista e especialista em direitos sociais

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* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

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Edição: Elis Almeida