Para denunciar o processo de venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap) em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, petroleiros de Minas Gerais estão em estado de greve, desde a sexta-feira (8).
Com a deliberação, a categoria pode paralisar suas atividades a qualquer momento, caso da gestão da Petrobrás, nomeada pelo governo de Jair Bolsonaro, insista na privatização da refinaria.
Alexandre Finamori, coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro), denuncia ainda que não há transparência no processo de venda da Regap, nem diálogo com os trabalhadores.
“Nossa greve é para discutir todos os reflexos da entrega a ‘preço de banana’ da única refinaria de Minas Gerais. Queremos alertar a sociedade para os prejuízos que essa privatização vai trazer ao povo mineiro”, explica Alexandre.
A categoria avalia que um dos impactos negativos à população, caso se efetive a venda da refinaria, será o aumento dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
Como um exemplo a não ser seguido, os petroleiros apontam a antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia.
Após a venda da RLAM, no final do ano passado, pela metade do preço estipulado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a população baiana passou a pagar a gasolina mais cara do Brasil.
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Defesa da Regap é nacional
Além do estado de greve, os trabalhadores da Regap definiram um calendário de mobilizações contra a venda da refinaria.
Nesta sexta-feira (15), às 10h, a categoria participa de uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
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Com o objetivo de ampliar a denúncia contra a venda da Regap, petroleiros de todo Brasil fazem manifestações na próxima segunda-feira (18). Em Minas Gerais, o ato será em frente à refinaria, às 7h.
“Nós faremos um ato aqui. Porém, os petroleiros dos outros estados também farão ações de diálogo em seus postos de trabalho para denunciar a venda da Regap”, conclui Finamori.
Estado de greve também é nacional
Sindicatos filiados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e à Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciaram na segunda-feira (11) que a categoria petroleira de todo o Brasil aprovou indicativo de greve.
Os trabalhadores irão parar suas atividades se o governo federal apresentar alguma proposta de privatização da Petrobras.
"A FUP vem alertando que, se o governo e o Congresso Nacional derem andamento a qualquer proposta de privatização da Petrobrás, o país enfrentará a maior greve da história", afirmou o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar, ao Brasil de Fato.
Edição: Larissa Costa