Dia desses, dei risadas de um amigo do Sul do país. Saiu do churrasco sem entender patavina
Nosso jeito de falar é conhecido por todo o Brasil. Até ganhamos como o sotaque mais simpático e agradável de ouvir. Temos também algumas particularidades no agir do dia a dia.
Fernando Sabino, que morou muito tempo no Rio de Janeiro, dizia que sabia que estava chegando em casa, Belo Horizonte, quando olhava o anoitecer e via que as luzes de todas as casas ainda estavam apagadas. É que, segundo ele, mineiro não gosta de acender as luzes de casa. Mineiro tem fama de pão-duro.
Outro comportamento um tanto quanto inusitado é o banho superquente dos belo-horizontinos. Pode estar um calor insuportável, mas o banho quente não pode faltar. Sem contar que o banho é demorado e deixa o banheiro igual a uma sauna.
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Voltando sobre nosso modo de falar, muita gente de outros estados fica admirada como temos um “dialeto” próprio. Sem contar que não falamos a palavra por inteiro. Falamos algo parecido com a palavra original.
Dia desses, dei risadas de um amigo do Sul do país. Estava superespantado com nosso jeitão de falar. Saiu do churrasco sem entender patavina. O povo dizia a todo momento:
- Hoje vou deitar o cabelo nessa bagaça. Nossa, véi! Tem breja pra caramba e carne a zoio. Cê tá doido. Bão demais da conta!
Ele ficou sem entender nada. Saiu do lugar muito intrigado.
Eu perguntei a ele:
- Você se divertiu, comeu e bebeu muito?
- Sim, claro. Churrasco melhor do que os nossos lá, bah, tchê!
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- É isso que o povo estava falando, Zé!
- Zé?
Rubinho Giaquinto é covereador da Coletiva em Belo Horizonte.
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Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal
Edição: Larissa Costa