Basta mexer no celular, que uma avalanche de notícias ruins invade a sua vida. Em portais de informação, nas redes sociais ou nas rotinas do dia a dia, como aquela ida ao supermercado, é impossível não ser afetada pela situação do país. Ou seja, além dos desencontros afetivos, problemas sociais podem atrapalhar o alcance do prazer.
“A sexualidade abrange todo nosso ser, ela é perpassada pela cultura, pela política, pela religião, por todo contexto social de onde vivemos. Então, fatores sociais podem sim afetar nossa vida sexual”, explica a sexóloga Maria da Conceição de Brito Leite.
Neste domingo (31), é comemorado o Dia Mundial do Orgasmo. Para marcar a data, o Brasil de Fato MG conversou com especialistas sobre como driblar a atual crise do país, facilitar a vivência da sexualidade e gozar dos benefícios do orgasmo.
Como melhorar a vida sexual?
Para enfermeira Sofia Barbosa, uma boa alimentação e a prática regular de exercícios físicos contribuem para o alcance do orgasmo. Além disso, a masturbação e o uso de produtos que facilitem e estimulem o desejo, desde que você esteja à vontade para isso, podem ser bons aliados.
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“Se a gente consegue se masturbar, sentir e conhecer quais são as nossas zonas erógenas, facilita a nossa capacidade de se colocar, de dizer nossas preferências, de construir nossas fantasias”, aponta a enfermeira.
Maria da Conceição ressalta que também é necessário cultivar práticas que contribuam com o alcance do orgasmo. “Um ato sexual prazeroso não acontece em um passo de mágica. É preciso dedicar tempo, energia e criatividade”, afirma. “A vida sexual deve ocupar um lugar importante no dia a dia”, completa.
Para a psicóloga, é necessário estar completamente conectado ao que está sendo feito naquele momento, seja sozinho ou em parceria, e se desligar do ambiente externo.
Melhora o sono, o humor e a imunidade
Sofia explica que o orgasmo traz diversos vantagens ao corpo e à saúde, por exemplo, melhora a circulação, a imunidade, a qualidade do sono e até dores físicas, como as cólicas. “O orgasmo é uma descarga de prazer em que há a mobilização de músculos e de líquidos linfáticos que liberam muitos hormônios”, enfatiza.
A sensação de prazer e de bem-estar produzida após o orgasmo também estimula benefícios emocionais, como aumento da autoconfiança e da autoestima, e pode refletir também em uma melhora nos relacionamentos.
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“A oxitocina, substância liberada durante o orgasmo, que a gente chama de hormônio do amor, que também está presente no parto, tem esse nome porque é o responsável pela nossa criação de vínculos. Ou seja, o orgasmo também traz essa sensação de maior intimidade com a parceria, melhorando o relacionamento como um todo”, completa.
Sem tabus e sem preconceito
Diante da guinada conservadora da sociedade, que reforça valores como a heterossexualidade compulsória, o machismo e o conservadorismo, Maria da Conceição reforça que é importante praticar a vida sexual de forma livre e responsável, além de tentar abandonar estigmas e preconceitos.
“Esses padrões impostos pela sociedade quase sempre trazem consequências negativas. E, com a vida sexual reprimida, aparecem vários sintomas, como ansiedade, depressão e transtornos psicológicos”, pontua.
Edição: Larissa Costa