O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) denuncia que vem sofrendo intimidações por parte da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). O último episódio relatado aconteceu no dia 14 de julho, quando a sede do sindicato recebia um ato pacífico, em defesa da vida e da democracia.
Convocado por movimentos populares, o encontro aconteceu dentro do espaço da entidade e foi motivado pelos recentes casos de assassinatos por motivação política no Brasil.
Dérik Filipe, um dos participantes do ato, relatou ao Brasil de Fato MG que, na ocasião, os militares entraram na sede da entidade e intimidaram os manifestantes.
“Foi muito estranho. Eles estavam lá fora e de repente entraram, pediram informações sobre o ato e perguntaram se tínhamos autorização. Mas o ato era dentro da sede, não estava atrapalhando o trânsito. Por que precisaria de autorização?”, contou Dérik, que é militante do Movimento Brasil Popular.
:: Leia mais notícias do Brasil de Fato MG. Clique aqui ::
A presidenta do sindicato, Alessandra Mello, conta que essa não foi a única vez que a PMMG interferiu em atividades na sede da entidade. Segundo ela, a prática vem se tornado cada vez mais comum.
“A presença da polícia nos atos que a gente faz é reflexo da ascensão do autoritarismo no Brasil, de um estado protofascista. Os policiais se sentem respaldados para fazer esse tipo de ação. A pessoa no Brasil que mais ataca e estimula a violência contra jornalistas é o presidente Jair Bolsonaro”, argumenta a sindicalista.
O último relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), divulgado em janeiro deste ano, indica que em 2021 foram registrados 430 casos de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação. O número é recorde, desde que a Fenaj iniciou o levantamento, em 1990.
O estudo ainda apontou Jair Bolsonaro como o principal agressor. Sozinho, ele teria sido responsável por quase 35% dos casos.
:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::
O outro lado
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar de Minas Gerais não respondeu até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para posicionamento.
Edição: Larissa Costa