Minas Gerais

POSICIONAMENTO

Mais de cem professores e técnicos do Cefet-MG lançam manifesto pela eleição de Lula

Na opinião dos servidores, Jair Bolsonaro (PL) opera o desmonte do Estado brasileiro

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Docentes e técnicos do Cefet-MG enfatizam a necessidade de derrotar Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais deste ano. - Ricardo Stuckert

“O caminho que se apresenta para derrotar Bolsonaro é o voto em Lula”, afirma o manifesto “Votar por qual projeto de sociedade?”, assinado por mais de cem professores e técnicos administrativos do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).

Na avaliação dos servidores, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) frente ao governo federal opera um desmonte do Estado brasileiro. 

No documento público, eles afirmam que a face visível do projeto em curso se materializa na fome, no aumento do desemprego, nos altos preços dos combustíveis, na precarização dos serviços públicos, na venda de estatais estratégicas e na retirada de direitos sociais. 

Os signatários do manifesto ainda argumentam que, no último período, houve o aumento da política de descredibilização do conhecimento científico e das instituições de ensino.

“Esse projeto valoriza manifestações fundamentalistas, incentiva o ataque a pessoas e instituições acadêmicas, menospreza o uso de dados e argumentos. É uma estratégia deliberada para criar um ambiente no qual se torna cada vez mais difícil enfrentar e desmentir afirmações ideológicas e inverdades”, afirma a carta pública.

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Diante deste cenário, docentes e técnicos do Cefet-MG enfatizam a necessidade de derrotar Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais deste ano. Para a realização desse objetivo, eles defendem o voto em Lula, que vem liderando as pesquisas referentes à corrida eleitoral.

“O caminho que se apresenta para derrotar Bolsonaro é o voto em Lula! Lula não será o salvador da pátria! Não buscamos salvadores da pátria! Lula lidera uma frente política com interesses conflitantes, unidas pelo objetivo de restabelecer a democracia em nosso país, interromper a política de destruição e morte em curso, e retomar as condições mínimas de uma vida digna para o povo brasileiro”, argumentam.
 
Por fim, os servidores ressaltam a importância de também eleger parlamentares comprometidos com uma agenda de defesa dos direitos do povo brasileiro. 

“O critério é simples, escolher candidatas e candidatos de partidos que votaram contra a Emenda Constitucional 95, a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e que impediram a votação da Reforma Administrativa, pilares da chamada ‘ponte para o futuro’, futuro de concentração da riqueza nas mãos de poucos e de exploração e de morte para a maioria do povo brasileiro”, conclui.

Leia o manifesto completo:

Manifesto de servidoras e servidores docentes e técnico-administrativos do Cefet-MG. Votar por qual projeto de sociedade? 

O projeto de sociedade que tem sido implementado pelo governo Bolsonaro fundamenta-se no desmonte do Estado, na entrega dos recursos públicos e de nossas riquezas naturais para a classe empresarial do campo e da cidade, associada às corporações que representam o capital internacional. 

O capitalismo vive uma crise prolongada e a conta que pagamos por ter o Brasil uma economia dependente das grandes corporações econômicas internacionais é o aprofundamento da retirada de direitos e da exploração do trabalho. A expropriação de nossos direitos é a receita para manter as taxas de lucro do capital nacional e internacional. Qual é a face visível e perversa desse projeto? 

O alto preço dos combustíveis combinado a uma agricultura agroexportadora que faz subir a inflação, dia após dia, corroendo o poder de compra dos salários. A fome assola nosso país! Falta comida na mesa de milhões de brasileiras e brasileiros! 

A mineração, o agronegócio, o garimpo e a exploração de madeira ilegais depredam os biomas brasileiros, especialmente a Amazônia, matam nossos povos originários e aprofundam as causas de uma crise climática planetária. 

A precarização dos serviços públicos, especialmente saúde e educação, garante a transferência a cada ano de, em média, 40% do orçamento público para o mercado financeiro por meio do sistema corrupto da dívida pública. Somente este ano foi 1,9 trilhão de reais, enquanto que, para a Educação, foram destinados 374,6 bilhões, 7% do mesmo orçamento, que não será executado integralmente, por causa dos cortes e contingenciamentos consecutivos. Sem serviço público não há acesso gratuito e universal aos direitos sociais garantidos em nossa Constituição!

A privatização do patrimônio público representado por empresas como Petrobrás, Eletrobrás e Correios, que atuam em áreas estratégicas, significa a perda da nossa soberania e a retirada de condições para promover o desenvolvimento de nossas forças produtivas com a justa distribuição da riqueza produzida. 

Desemprego e informalidade! Ao trabalhador e à trabalhadora resta a seguinte escolha: trabalhar sem direitos ou não trabalhar! Trabalhar até morrer, sem alcançar a aposentadoria e, caso alcance, não receber o suficiente para uma vida digna. 

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Além disso, há um projeto obscurantista em curso, que afronta a Ciência, que busca desautorizar as pessoas que dedicaram sua vida à construção de um conhecimento especializado, que menospreza os espaços de debate racional. Esse projeto valoriza manifestações fundamentalistas, incentiva o ataque a pessoas e instituições acadêmicas, menospreza o uso de dados e argumentos. É uma estratégia deliberada para criar um ambiente no qual se torna cada vez mais difícil enfrentar e desmentir afirmações ideológicas e inverdades. Estratégia essa alinhada com lideranças internacionais associadas a setores reacionários da política e economia. 

Essas são algumas das consequências nefastas do projeto de sociedade em curso implementado por um Estado policial que incentiva e autoriza a discriminação, a intolerância e a morte da população preta e periférica e dos que enfrentam os promotores desse projeto! Marielle Franco, Evaldo Rosa, João Alberto, João Pedro Mattos Pinto, Guilherme Guedes, Igor Rocha Ramos, Ágatha Vitória Sales Félix, mais de 670 mil vítimas de covid, Kathlen Romeu, Moïse Kabagambe, Genivaldo Santos, Bruno Pereira, Dom Phillips e Marcelo Arruda são vidas ceifadas pela política em curso, vozes a gritar por outro projeto de sociedade! 

Por isso, o imperativo de derrotar Bolsonaro nas urnas! Para termos condições como força social organizada de continuar a luta por outro projeto de sociedade em que a justiça social se realize pela justa distribuição da riqueza para quem a produz, trabalhadoras e trabalhadores do nosso rico e diversificado país. 

O caminho que se apresenta para derrotar Bolsonaro é o voto em Lula! Lula não será o salvador da pátria! Não buscamos salvadores da pátria! Lula lidera uma frente política com interesses conflitantes, unidas pelo objetivo de restabelecer a democracia em nosso país, interromper a política de destruição e morte em curso, e retomar as condições mínimas de uma vida digna para o povo brasileiro. 

Queremos bem mais que isso, que somente será conquistado com muita luta, por meio de força social organizada nos territórios, nas escolas e universidades, nos locais de trabalho. Para poder continuar lutando, há que se derrotar Bolsonaro! Para poder continuar lutando há que se eleger Lula, já em outubro deste 2022, no 1o turno da eleição para presidente! 

Tão importante quanto eleger Lula é eleger parlamentares que apoiem um governo comprometido com os direitos da classe trabalhadora. É necessário elegermos 308 deputadas e/ou deputados e, na renovação de 27 mandatos no Senado, contarmos com 45 senadores ou senadoras. O critério é simples, escolher candidatas e candidatos de partidos que votaram contra a Emenda Constitucional 95, a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e que impediram a votação da Reforma Administrativa, pilares da chamada ‘ponte para o futuro’, futuro de concentração da riqueza nas mãos de poucos e de exploração e de morte para a maioria do povo brasileiro. 

Para abrir caminho para um novo projeto de sociedade não podemos ter um governo refém de uma maioria parlamentar comprometida com os interesses do capital nacional e internacional. 

Para poder continuar lutando por uma sociedade democrática, com justiça social, manifestamos nosso apoio à Lula e à eleição de parlamentares comprometidos com um projeto de sociedade em que a riqueza seja distribuída para quem a produz: a classe trabalhadora! 
 

Edição: Larissa Costa