Este 7 de setembro é um dia muito especial. A data assinala os 200 anos da Independência de 1822, quando o país deixou de ser colônia de Portugal para servir aos interesses de outras potências. Primeiro, a Inglaterra; em seguida, os Estados Unidos.
Muita coisa mudou de lá pra cá, mas a herança daquela época segue viva nos nossos dias. Ainda hoje, somos um país exportador de matérias-primas, riqueza barata arrancada da terra, cujo lucro beneficia um grupo muito pequeno de proprietários. No comércio mundial, o lugar do Brasil é sempre o de um sócio menor de quem realmente dá as cartas no mundo: os donos dos bancos, da Vale e das outras empresas internacionais.
Este 7 de setembro coincide com uma eleição importante na nossa história
Desde a colônia, negros e negras sempre viveram e ainda vivem no andar de baixo da sociedade, com os piores trabalhos, os piores locais de moradia, sem direitos civis e sem voz política. A exemplo do que ocorria na escravidão, também hoje a população negra está exposta a todo tipo de violência e vigilância por parte do Estado.
Em nossa história, especialmente a partir da década de 1980, a luta popular alcançou conquistas importantes, como o direito a votar e ser eleito, sem barreira de sexo, raça, religião. Mas, além de insuficiente, essa e outras conquistas estão sendo revertidas pelas forças que assumiram ainda mais controle da política brasileira com o golpe de 2016, que completou seis anos nesta semana.
Vários candidatos, só dois projetos
Este 7 de setembro coincide também com uma das eleições mais importantes da nossa história. Na aparência, há várias candidaturas a presidente da República disputando a poderosa máquina do governo federal. O mais importante, entretanto, é que só há dois projetos em disputa.
O primeiro projeto, que tem dado as cartas desde sempre, coloca o país de joelhos perante o capital internacional, com endividamento explosivo, miséria e desalento para a imensa maioria. Tudo mantido na base da violência e do engano propagado nas mídias tradicionais, como a TV, e nas redes sociais, entre outros aparatos.
É o projeto dos que estão entregando nosso petróleo, nossa energia elétrica, nossas terras produtivas, nossas empresas e o orçamento público, deixando para os brasileiros, quando muito, gás, comida e combustíveis caros e de má qualidade, serviços públicos precários e salários que não pagam sequer o necessário para a gente continuar trabalhando.
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É o projeto dos que fizeram a reforma trabalhista contra a carteira de trabalho, a reforma da Previdência contra a aposentadoria, o Teto dos Gastos contra os investimentos nas áreas sociais, as privatizações contra o serviço público, gratuito e de qualidade.
Esse projeto é representado por Bolsonaro no governo federal, mas também por todas as outras candidaturas cuja sustentação não é a luta popular organizada e independente, mas os donos do dinheiro, da terra e do direito de falar e ser ouvido.
O outro projeto é o da construção do Brasil pelos próprios brasileiros, com moradia digna, trabalho bem remunerado, saúde e educação públicas, agricultura familiar, comida barata e de qualidade, cultura, esporte, lazer e liberdade para todos. O protagonista desse projeto não é um político A ou B, mas o próprio povo organizado.
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Para que esse projeto tenha viabilidade, para que tenha chances de se colocar na sociedade, o desafio nestas eleições é derrotar Bolsonaro o mais rápido possível. E, neste momento, o único candidato em condições de fazê-lo, com apoio popular, é o ex-presidente Lula. Elegê-lo não é uma solução mágica para os problemas do Brasil, mas um ponto de partida para que nós mesmos comecemos a arrumar a casa que o golpe de 2016 desarrumou.
Grito dos Excluídos: patriotismo de verdade
Por isso, o projeto dos brasileiros sai às ruas no 7 de setembro, no 28º Grito dos Excluídos. Essa é a marcha que representa o autêntico patriotismo, aquele que não está baseado num sentimento bobo e vazio, mas num interesse genuíno pelo Brasil e os brasileiros, por parte de quem vive e sofre as consequências do que está acontecendo no país.
Se você está disposto a arregaçar as mangas e contribuir com essa luta, seu lugar é no Grito dos Excluídos. Em Belo Horizonte, a concentração acontece na Praça Vaz de Melo, na Lagoinha, às 9h, e depois parte em direção à Pedreira Prado Lopes.
Edição: Elis Almeida