No mesmo dia em que dados do Ipec, divulgados na terça (27), demonstraram queda das intenções de voto em Romeu Zema (Novo) e crescimento da preferência por Alexandre Kalil (PSD), os dois principais postulantes ao governo de Minas protagonizaram embates no último debate entre candidatos, transmitido pela Rede Globo.
Temas como a liberação da mineração na Serra do Curral, privatizações, saúde, combate ao feminicídio, a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e a atual situação financeira do estado apareceram na discussão.
Sobre a liberação da mineração na região conhecida como cartão postal de Belo Horizonte, o candidato do Novo afirmou que pediu “o tombamento” da área.
Porém, ambientalistas afirmam que o governo de Minas dificultou o processo no Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) e que o decreto, assinado pelo governador, que reconhece a Serra como bem de relevante interesse cultural, é “medida eleitoreira”.
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Alvo de todos os candidatos presentes, Romeu Zema ficou irritado com as críticas feitas pelos concorrentes e chegou a dar um tapa no púlpito. Em resposta, o candidato apoiado por Lula, Alexandre Kalil, afirmou que o atual governador deveria ser mais incisivo com as mineradoras.
“O meio ambiente é uma das maiores carências deste governo. Essa valentia toda, eu queria que tivesse com mineradora. Eu queria que tivesse com o cuidado com a Serra do Curral”, destaca o ex-prefeito de Belo Horizonte.
Quanto à situação financeira de Minas, o candidato do Novo afirmou que recebeu o Estado “quebrado” e que o colocou “nos trilhos”. Uma das principais bandeiras levantadas por Zema em sua campanha, a afirmação também foi criticada pelos outros candidatos. "Ano que vem é R$ 23 bilhões de prejuízo, e Minas não está nos trilhos", destacou Kalil.
Uma das ações promovidas por Zema, neste ano, é a adesão ao RRF, que impõe restrições orçamentárias aos serviços públicos. Na avaliação dos concorrentes, a medida não contribui efetivamente para resolver a situação de Minas com a União.
A candidata do PSOL, Lorene Figueiredo, associou a incapacidade do governador em regular as contas do Estado à sua atuação como empresário.
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“O Novo é um partido de empresários e tem em Minas um gerente que quer transformar o estado numa S/A. Devemos fazer uma negociação com a União e um fórum de governadores, coisa que empresário não sabe fazer, definir políticas públicas”, criticou Lorene.
Quanto a tentativa de responsabilizar o governo anterior sobre o atual cenário do Estado, o candidato do PSDB, Marcus Pestana, afirmou que Zema deveria “começar a governar”. "Zema tem que esquecer Pimentel e começar a governar. Diz que o trem está nos trilhos, mas não é verdade, Minas está na zona de rebaixamento", destacou.
Edição: Larissa Costa