Precisamos acreditar em nós, na beleza que somos
Passados os primeiros dias de qualquer possível susto ao não vermos nossas expectativas realizadas com uma vitória no primeiro turno, é hora de recompor as nossas mentes e corações para continuar uma luta que não se inicia no nosso tempo.
Seremos a geração que irá derrotar mais uma vez o ódio e a intolerância que vem da formação do país e que configura as relações de poder que precisam serem enfrentadas.
O patriarcado, o racismo, a lgbtfobia se correlacionam ao ódio aos pobres, aos povos e comunidades tradicionais, a população nordestina, a diversidade religiosa e passeiam no imaginário e na prática social que nos configura enquanto nação. Mas sejamos flores, mais uma vez na chegada da primavera.
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Nossa luta é feita por antepassados e descendentes daquelas e daqueles que constituíram quilombos, criaram resistência, deram parte de suas vidas na luta por pão, terra e trabalho. Pelas gerações que saíram às ruas, mesmo com todas as restrições para dizer não às ditaduras impostas em nosso país. De mulheres, negras e negros, de professoras e pedreiros que construíram as riquezas e morreram sem delas aproveitar.
Mas deixaram para nossa geração a responsabilidade de continuar a luta por reforma agrária, moradia, agroecologia, feminismo, pelo direito de viver. Temos conseguido um Congresso mais feminimo e feminista, de mulheres negras e indígenas. Resistimos mesmo com tantas barragens em risco, para dizer não ao modelo de nação que não cabe aos pobres.
É hora de esperançar, como ensina Paulo Frente, de lutar por noites vivas como ensina Lélia Gonzalez, de acreditar que a nossa luta coletiva nos trará um amanhã de liberdade parafraseando Rosa Luxemburgo.
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Precisamos de todas e todos para que o Lula ganhe o segundo turno das eleições e consiga base social para governar.
Precisamos acreditar em nós, na beleza que temos, por sermos uma classe trabalhadora que resiste aos tempos, mantém a nossa diversidade e caminha pela alvorada para que as dificuldades de hoje seja substituída por um dia que venha nascer feliz.
Leonardo Koury Martins é assistente social, professor, conselheiro do CRESS-MG e militante da Frente Brasil Popular.
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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal
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Edição: Elis Almeida