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Quais os dois projetos em disputa nesse segundo turno?

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Montagem - Ana Carolina Vasconcelos
Que a verdade, o amor e a esperança prevaleçam!

Dia 30 de outubro de 2022 será um dia histórico para o povo brasileiro: segundo turno das eleições. O povo deverá escolher entre restabelecer a democracia ou autorizar pelo voto o fortalecimento de um regime fascista, ditatorial e tirânico que, na prática, já está sendo implantado.

A escolha é entre governo de humanidade ou da crueldade. Que nestes dias, como em todos os dias, reine em nós saúde, paz e alegria interior, amor ao próximo, coragem de lutar pelo bem comum, utopia no olhar e esperança no coração. “Felizes os que constroem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9), brada o Evangelho de Mateus, na Bíblia.

Portanto, não podemos votar em quem está disseminando a violência, o ódio e a intolerância, em quem diz abstratamente “pátria amada”, mas, com mais de 30 decretos, flexibiliza o acesso a armas e munições e, assim, está disseminando o armamentismo no meio do povo e, pior, armando pessoas violentas.

Jesus exortou-nos a “amai-vos uns aos outros” e jamais “armai-vos”. Bispos da Igreja Católica denunciam em Carta ao Povo de Deus no dia 24 de outubro: “Os discursos e as medidas do atual presidente que visam armar todas as pessoas e eliminar os opositores estão em contradição tanto com o 5º mandamento, que diz “não matarás”, quanto com a Doutrina Social da Igreja, que propõe o desarmamento e diz que “o enorme aumento das armas representa uma ameaça grave para a estabilidade e a paz” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 508).”

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E os bispos seguem o alerta na mensagem: “Enquanto dizia “Deus acima de tudo”, o Presidente ofendia as mulheres, debochava de pessoas que morriam asfixiadas, além de não demonstrar compaixão alguma com as quase 700 mil vidas perdidas para a covid-19 e com os 33 milhões de pessoas famintas em seu país. Lembramos que o Brasil havia saído do mapa da fome em 2014, por acerto dos programas sociais de governos anteriores. Na prática, esse apelo a Deus é mentiroso, pois não cumpre o que Jesus apresentou como o maior dos mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mt 22, 37). Quem diz que ama a Deus, mas odeia o seu irmão é "mentiroso" (1Jo 4,20).”

Como votar em um candidato cujos apoiadores e correligionários fazem de forma criminosa assédio eleitoral: fazendeiros e empresários pressionando seus trabalhadores com ameaças de que, se não votarem no inominável, serão demitidos.

A história da humanidade mostra que muitas vezes o povo cegado, em atitude suicida, elegeu seus próprios algozes. Isto aconteceu quando o povo manipulado por quem usava em vão o nome de Deus, arvorando-se como defensores de “Deus, Pátria, Família e Propriedade”, elegeu Benito Mussolini, Adolfo Hitler e o general Franco, que se tornaram nazifascistas sanguinários.

A economia do país precisa de novos rumos, alicerçados em princípios de justiça, com taxação das grandes fortunas, com mudança no imposto de renda,  com aumento real do salário mínimo.

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Que o Deus da vida, invocado sob tantos nomes, nos inspire e nos ilumine neste momento dramático em que vivemos. Que a verdade, o amor e a esperança prevaleçam! Que a maioria do povo vote na democracia, na vida, no amor, na paz, para desarmar o país e impedir a brutalidade que nos ronda.

Gilvander Moreira é frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; agente e assessor da CPT/MG, assessor do CEBI e Ocupações Urbanas; prof. de Teologia bíblica no SAB (Serviço de Animação Bíblica)

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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

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Edição: Elis Almeida