Nossa posição contrária às privatizações é pela defesa de um Estado forte, coeso e potente
Aprendemos cedo sobre o papel do Estado na vida das pessoas. De modo muito especial, aprendemos na prática, a partir das nossas necessidades cotidianas, a importância de um governo forte, capaz de regular e incentivar o desenvolvimento; de um governo atuante, que garanta ao seu povo o acesso à saúde, à educação, ao saneamento, à segurança e a tantos outros direitos constitucionais.
A presença do Estado, em última instância, é dever e direito. E o que temos assistido em Minas Gerais? Um declarado processo de aniquilamento da presença do poder público.
Adepto e defensor da lógica do Estado mínimo, o governador Romeu Zema (Novo) quer reduzir o Estado a nada, quer destruí-lo completamente, exterminá-lo.
:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::
Copasa, Cemig, estradas, Ipsemg e, por último, a Ceasa. Tudo que o governador enxerga como passível de custeio deve ser entregue à iniciativa privada. Para o governador Zema, o Estado não tem o papel de investir em si mesmo e em seus serviços.
Zema é um empresário
Para entender a lógica do governador, é preciso olhar para ele mesmo. Zema e o seu partido Novo, que de novo não tem nada, representam uma casta. Sim, fazem parte de um seleto grupo que nunca precisou do poder público.
Tudo o que conhecem e reconhecem como importante e necessário veio da capacidade monetária, daquilo que puderam pagar. Natural que o administrador de empresas, que fez MBA, que geriu o grupo familiar, surgido em Araxá, conceba a gestão pública nos moldes que sempre administrou a sua rede de varejo.
Natural também que ele, a partir da sua experiência de gestor privado, queira replicar sua receita de sucesso, repartindo com os seus pares, também empresários, as largas fatias do nosso Estado.
:: Leia mais notícias do Brasil de Fato MG. Clique aqui ::
Minas está em contínuo leilão desde que Zema se tornou governador. Minas está entregue aos grandes empreendimentos, em sua maioria com passivos deletérios para o nosso povo e nosso meio ambiente.
Enfrentamento necessário
Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, temos buscado oferecer ao governador e ao seu modelo de gestão todo o enfrentamento necessário para que os serviços essenciais, como saúde, educação, saneamento e abastecimento de água, energia e infraestrutura, continuem sendo ofertados pelo governo.
Nosso posicionamento, contrária à venda da Copasa, da Cemig, do Ipsemg e agora da Ceasa, não é meramente político e ideológico, é a defesa de um Estado forte, coeso e potente na vida da sua gente.
Nosso mandato assina coletivamente, com o Partido dos Trabalhadores, o pedido de anulação do edital de leilão da Ceasa, por entender que se trata, mais uma vez, de uma forte ameaça à agricultura familiar, setor que será fortemente impactado, caso ocorra a privatização.
O governador Zema certamente não se lembra, ou não leu as entrelinhas do juramento que fez ao ser diplomado governador de Minas Gerais: é sua responsabilidade, sua atribuição, como gestor público, defender o nosso estado e, pelo contrário, não deve negociá-lo, barganhá-lo ou dilapidá-lo.
Não somos radicais ou intransigentes a ponto de não reconhecer a importância de uma relação saudável com a iniciativa privada. Mas, o Estado não pode e não deve abrir mão de suas funções constitucionais.
Não se pode transferir responsabilidades do poder público para a livre iniciativa, nem todos podem, assim como o governador, pagar para existir. Cabe ao Estado assistir e promover a sua população, e garantir a justiça social.
Leninha é deputada estadual reeleita pelo PT, é líder da bancada feminina da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e vice-presidenta estadual do PT
--
Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal
Edição: Larissa Costa