Minas Gerais

SEM OPÇÕES

Em BH, moradores precisam escolher entre pagar caro ou ficar em casa na virada de ano

Prefeitura não tem previsão de programação e jovem acha que cidade poderia ter evento público

Belo Horizonte | BH |
Vander Brás - Agência Brasil

Com poucas opções gratuitas para se divertir na virada de ano, moradores de Belo Horizonte relatam que preços de ingressos de restaurantes, casas de show, bares e boates ultrapassam R$ 1 mil. Com os altos valores dos eventos privados, parte dos belo-horizontinos preferem ficar em casa, confraternizando com amigos e familiares.

É o caso de Carla Veridiana Soares que, devido à falta de dinheiro, está organizando junto aos colegas de faculdade um encontro, para que a noite que marca a chegada do próximo ano não fique em branco.

“Não conseguimos encontrar eventos gratuitos ou mais baratos e não teríamos como pagar o preço dos ingressos. Tem festas que cobram mais de R$ 1 mil. Então, achamos melhor comprar algumas comidas, bebidas e fazer um encontro da turma. Foi a forma mais barata de diversão que achamos”, conta a estudante de 23 anos.  

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Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que “não tem programação prevista para a data”.

Desde 1990, uma das mais tradicionais formas de passar o réveillon no município é assistindo a queima de fogos na Lagoa da Pampulha. Nos últimos anos, o evento não aconteceu, em função da pandemia de covid-19. 

Ainda assim, para quem faz a opção de assistir ao show pirotécnico de perto, é possível notar o grande contraste entre as pessoas que têm como única opção gratuita ir até a orla da Lagoa e frequentadores das festas privadas que acontecem na região. 

“É muito triste que uma cidade como Belo Horizonte tenha essa quantidade de eventos pagos e tão poucos eventos gratuitos no réveillon. Na verdade, eu só conheço a queima de fogos da Lagoa”, avalia Carla. 

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Para a jovem, uma cidade do tamanho da capital mineira, referenciada nacionalmente por seu potencial artístico, com experiências como as Viradas Culturais e o Circuito Urbano de Arte (Cura), poderia oferecer uma diversidade maior de opções para quem quer se divertir, sem precisar viajar. 

“A prefeitura poderia se programar para organizar shows e apresentações culturais, gratuitas. Por que não fazer uma virada cultural na virada de ano, por exemplo?”, questiona Carla.  

Edição: Larissa Costa