O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), sinalizou, na última quarta-feira (11), que o governo federal “concorda” em dar seguimento ao processo de privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Minas Gerais, empresa responsável por administrar o metrô de Belo Horizonte.
A declaração foi dada após reunião entre o presidente Lula (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiador de Jair Bolsonaro (PL).
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Inserida pelo ex-presidente no Programa Nacional de Desestatização (PND) em 2019, o leilão da CBTU aconteceu no final de dezembro do ano passado. A venda da estatal também é uma das principais bandeiras de Romeu Zema (Novo).
Resistência contra a venda
Nos últimos anos, várias greves contra a privatização da empresa foram convocadas pelo Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro). Na avaliação da categoria, além de piorar a qualidade do serviço, a venda do metrô gera instabilidade para os servidores.
Mesmo com o processo em andamento, no início de janeiro, 24 deputados estaduais e federais mineiros enviaram um documento ao presidente, solicitando a suspensão da privatização do metrô, que foi leiloado por menos de R$ 26 milhões, mesmo sendo avaliado em R$ 900 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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A previsão é de que o resultado do leilão seja homologado no próximo dia 26 e que a assinatura do contrato seja realizada apenas no início de março. Por isso, os parlamentares acreditam que há tempo de reverter o cenário.
“É uma bandeira do governo Zema que não resolve a questão do transporte público em BH. A empresa foi vendida por uma bagatela e será explorada por 30 anos. Ao mesmo tempo, as obras das linhas terão de ser feitas com dinheiro público federal. A venda só serve aos interesses dos empresários”, avaliou o deputado federal Rogério Correia (PT), um dos signatários da carta, ao Brasil de Fato MG.
Após a declaração do ministro, Rogério Correia ainda afirma que os esforços para barrar a venda da CBTU MG não se esgotaram.
“Nós vamos buscar uma reunião com o presidente Lula, para expor os motivos que levaram os deputados de Minas a enviar o documento e encontrar outro tipo de solução”, concluiu.
Edição: Larissa Costa