Nesta quarta-feira (1), deputados estaduais e federais e senadores eleitos em outubro de 2022 tomam posse para seus mandatos em assembleias legislativas e no Congresso Nacional. Desses parlamentares, 18 são LGBTQIA+, como aponta o levantamento da ONG VoteLGBT, que monitora e mapeia candidaturas dessa população em todo o país.
Pela primeira vez na história, o Brasil terá duas deputadas federais trans: Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (PSOL-SP). De Minas Gerais, juntam-se a elas, na bancada LGBTQIA+, Dandara (PT-MG), que é bissexual, e Daiana Santos (PCdoB-RS), lésbica.
Dos 18 eleitos, a maioria é mulher - apenas dois são homens. E todos são filiados a partidos de centro, centro-esquerda e esquerda. Em cada região do país, haverá pelo menos um parlamentar LGBTQIA+.
Bella Gonçalves
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais empossa, nesta quarta (1), a primeira deputada lésbica da história. Bella Gonçalves (PSOL) foi eleita vereadora duas vezes por Belo Horizonte. Mulher lésbica e jovem, foi a terceira mais votada da coligação PSOL/PCB em 2016. Já na eleição de 2020, Bella Gonçalves se elegeu com votação ampliada, com 6.954 votos.
Bella é cientista política e doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade de Coimbra (Portugal), e tem vasta atuação nas lutas pelo direito à cidade e por uma reforma urbana popular e feminista.
Dandara Tonantzin
Dandara Tonantzin (PT), que assume o cargo de deputada federal, é uma jovem de 26 anos que sempre estudou em escola pública. Ingressou na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) aos 16 anos como cotista no curso de pedagogia. Dandara sempre aliou as lutas do movimento estudantil às dos movimentos sociais. Atualmente, é militante do movimento negro e feminista, e mestranda em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Foi a mulher negra eleita mais jovem da Câmara de Uberlândia e a vereadora mais votada nas eleições municipais de 2020.
Duda Salabert
Natural de Belo Horizonte, Duda Salabert Rosa é professora de literatura há 20 anos, tendo sua atuação pedagógica na educação popular e na rede privada de ensino. Na esfera da educação popular, idealizou e coordena em Belo Horizonte a Transvest, projeto educacional que oferece cursos gratuitos de pré-vestibular para transexuais e travestis.
Casada e mãe da Sol, foi a primeira transexual do Brasil a efetivar o direto à licença-maternidade por 120 dias pelo INSS, a disputar o cargo de senadora e, mesmo não tendo sido eleita, recebeu mais de 351 mil votos - fato que a colocou como a quarta mulher mais votada da história das eleições de Minas Gerais. Eleita para seu primeiro mandato pelo PDT, Duda Salabert bateu recorde de votos na Câmara Municipal de Belo Horizonte, com 37.613 eleitores. Em 2022, foi eleita deputada federal.
Edição: Larissa Costa