O metrô de Belo Horizonte continua com o serviço totalmente paralisado neste pós-carnaval. Os trabalhadores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) reivindicam a anulação da privatização da unidade e a garantia do emprego de 1,6 mil funcionários concursados.
A última assembleia organizada pelo Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG), na quarta-feira de cinzas (22), manteve a greve, mesmo sob a multa de R$ 150 mil por dia durante o carnaval e R$ 100 mil nos outros dias, imposta pela Justiça do Trabalho.
O Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais havia exigido da categoria que 70% dos metroviários trabalhassem durante a greve, mas a categoria resolveu realizar a paralisação de 100% do serviço. O Sindimetro informa que seu setor jurídico está avaliando a constitucionalidade da multa para um parecer.
Reunião com governo federal
Como são parte de uma empresa federal, a CBTU, os metroviários entendem que quem deve abrir uma negociação com os trabalhadores é o governo federal, por meio do Ministério da Cidade ou da Casa Civil, afirma Alda Lúcia Fernandes dos Santos, diretora do Sindimetro, que destaca o envolvimento do presidente da República.
“É importante que a participação seja do Lula. Foi ele que garantiu que as privatizações tinham acabado no país, porque já foi privatizado tudo que podia. E por que a nossa privatização continua?”, questiona.
:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::
Os trabalhadores irão a Brasília na próxima terça-feira (28) para protestar pela abertura de negociação com a categoria. Tendo como objetivo, também, a anulação do leilão.
“Nós entendemos que o leilão teve vários vícios, várias coisas erradas no próprio estudo do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], e a gente quer muito que o governo federal faça uma nova análise”, requer a diretora.
Tanto o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais como o Tribunal de Contas da União impuseram questionamentos ao leilão do metrô de Belo Horizonte, que acabou acontecendo em 22 de dezembro de 2022. A venda era uma bandeira do governador mineiro Romeu Zema (Novo), que, mesmo sendo oposição, sentou com o governo petista eleito para garantir o evento.
Na época, membros da equipe de transição informaram que o governo mineiro colocou a realização do leilão como condicionante para futuros diálogos com o governo federal. O leilão da Ceasa Minas, marcada para a mesma data, foi cancelado, enquanto o do metrô foi mantido.
Edição: Larissa Costa