O Carnaval de 2023 foi histórico. Dois anos sem a grandiosa festa, vencemos a extrema-direita, sobrevivemos à pandemia. Temos muito o que comemorar.
Belo Horizonte mostrou na avenida a essência mineira festeira, valorizando nossa cultura de labor e arte. As escolas de samba fizeram um espetacular desfile.
Em quarto lugar, ficou a Escola de Samba Cidade Jardim, com seu enredo em homenagem ao presidente Lula. Um samba que empolgou toda a plateia puxado pelo genial Flavinho do Terreiro, que contagiou a todos com seu cantar inigualável. Foi a escola que teve o maior número de componentes desfilando.
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Em terceiro lugar, a Canto da Alvorada. Cantou e reverenciou a arte, com alegria e beleza, e trouxe para a avenida história e cultura, em especial a ala das baianas em homenagem ao artista Guignard.
Em segundo lugar, a escola Estrela do Vale.
Um samba lindo e poético, que traz à tona o imaginário da vida no campo. Alas lindas em sincronia com o samba. Destaco a ala das Margaridas, em homenagem a Margarida Alves, ícone do feminismo.
Uma ala feminista, composta por mulheres ativistas, artista e intelectuais, que têm em comum a paixão pelo Carnaval.
O primeiro lugar ficou com a Acadêmicos de Venda Nova, que reverenciou e cantou a África com esplendor e beleza, com fantasias lindas compatíveis com seu samba.
Belo Horizonte mostrou que é uma potência em Carnaval e que pode ser ainda maior.
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Homenageamos Margarida alves
Ilustre brasileira que muito fez pelos direitos humanos, pelo meio ambiente e pelas as mulheres do campo, indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Margarida Alves bradou ao mundo a importância das mulheres serem guardiãs de um dos maiores tesouros da humanidade: as sementes crioulas.
Foi a primeira brasileira que presidiu um sindicato. Brutalmente assassinada por defender e dar voz aos que zelam e cuidam do planeta.
Pelo seu exemplo e comprometimento com a luta das trabalhadoras rurais, ela dá nome à Marcha das Margaridas, um grande movimento que reúne, em Brasília, mulheres do mundo todo, de quatro em quatro anos, há mais de 20 anos.
Elza Russo é arte-educadora, militante dos movimentos sociais, ativista e adepta do veganismo
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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.
Edição: Larissa Costa