Em Minas Gerais, o Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) organiza seu primeiro encontro estadual neste ano. Na última sexta-feira (24), o MAM reuniu parceiros e organizações populares para lançar o evento, que é considerado pelo movimento um marco na luta contra o modelo predatório de mineração no estado.
A previsão é que o encontro aconteça em Belo Horizonte, entre os dias 8 e 11 de junho, e conte com a presença de lideranças populares de todas as regiões de Minas atingidas pela mineração.
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“É cada vez mais urgente a superação do atual modelo de mineração, caracterizado pela destruição socioambiental. Nós estamos comprometidos com a transformação profunda dessa realidade”, explica Raiara Pires, moradora da Zona da Mata mineira e da direção nacional do MAM.
Entre as pautas defendidas pelo movimento estão o exercício da soberania popular, o controle social dos bens minerais e a demarcação de territórios livres de mineração, que protejam biomas e comunidades.
“Esses são nossos objetivos estratégicos e o encontro estadual pretende fortalecer a aliança solidária entre os diversos sujeitos e organizações populares, com vistas à construção desse horizonte”, completa Raiara.
O MAM
Em maio deste ano, o movimento, que surgiu na região da Amazônia e hoje está presente em diversos estados brasileiros, completa seus 11 anos.
Marcelo Barbosa, da coordenação estadual do MAM, conta que, desde o seu surgimento, o movimento tem o compromisso de refletir sobre outro projeto de mineração e de país, ancorado na soberania popular.
“Para além da questão ambiental, debater a mineração significa pensar um projeto de sociedade. Para isso, temos que refletir como o setor impacta o acesso às políticas públicas, ao trabalho digno e à qualidade de vida. É o povo que tem que dizer qual rumo deve ser dado para os nossos bens naturais”, destaca Marcelo.
Durante a atividade de sexta, a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) destacou a importância do MAM e da realização de seu primeiro encontro estadual.
“O movimento debate a soberania na mineração a partir das comunidades atingidas e a partir de uma luta feminista, antirracista e dos povos tradicionais. Esse protagonismo é o que faz do movimento uma organização popular, com capacidade inovadora e revolucionária.
O lançamento contou também com a presença de Luiza Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República, Jairo Nogueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais, e de representantes de organizações populares e sindicais.
Edição: Larissa Costa