Uma carta aberta, com assinatura de mais de 70 entidades, parlamentares e movimentos, endereçada ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), foi entregue na última semana, ao Executivo da capital mineira.
O documento trata sobre a situação da Mata do Jardim América, localizada na região Oeste da capital mineira e ameaçada por interesses de empreendimentos imobiliários.
No documento, os signatários pedem a preservação total da área verde de 21 mil metros quadrados, uma das últimas da cidade, "diante do agravamento do cenário de emergência climática que tem causado tragédias ambientais”.
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No entorno da mata, vivem cerca de 150 mil habitantes, em dez bairros diferentes. A região já possui nível de áreas verdes abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, a realidade ainda pode piorar.
Mesmo sendo considerada pelo Plano Diretor da capital mineira como Área de Preservação Ambiental (PA1) – a classificação de maior proteção – existe em curso um processo de licenciamento da construtora Masb, que prevê a suspensão de 465 árvores.
“É inadmissível que quase 500 árvores estejam correndo risco. Existem hoje acordos, tanto do Brasil, quanto do município de Belo Horizonte, que se compromete com a redução da emissão de gás carbônico e prevenção das catástrofes climáticas. Cortar essas árvores vai totalmente contra esses compromissos”, destaca a professora Juliana Minardi.
Juliana faz parte do SOS Mata do Jardim América, que surgiu com o objetivo de lutar pela preservação da área, que possui um longo histórico de ameaças. Além de ser o propositor da carta, o movimento organizou um abaixo-assinado, que já possui quase 20 mil assinaturas e busca chamar a atenção da sociedade e do poder público para a situação.
Não é falta de proposta
Na carta, os signatários apresentam nove propostas alternativas para a preservação da mata. Além do respeito aos acordos e leis que protegem a área, eles reivindicam o cancelamento das licenças concedidas e a participação popular no processo.
As entidades também pautam a desapropriação do terreno, a utilização de fundos nacionais e internacionais para a preservação ambiental, a parceria com institutos de pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias para a bioeconomia, entre outros.
No encontro, que contou com a presença do secretário municipal de governo Josué Valadão e do secretário municipal adjunto de governo Leonardo Castro, a Prefeitura de Belo Horizonte se comprometeu a estudar as propostas.
Edição: Larissa Costa