Minas Gerais

POSICIONAMENTO

Vereadores de BH aprovam moção de repúdio aos atos golpistas de janeiro

Parlamentar bolsonarista tentou impugnar texto, mas maioria votou em defesa da democracia

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Texto foi proposto por Bruno Pedralva (PT) e assinado por outros 12 parlamentares - Foto: Barbara Crepaldi / CMBH

Os vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovaram, na tarde de segunda-feira (6), uma moção de repúdio aos atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes da República, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

Proposto por Bruno Pedralva (PT) e assinado por outros 12 parlamentares, o texto destaca que as ações, que marcaram o segundo domingo do ano, ferem o Estado Democrático de Direito, suas instituições e foram idealizadas e executadas por pessoas que não respeitam o resultado das urnas que, no último pleito eleitoral, consagrou Lula (PT) presidente do país.


Vereador Bruno Pedralva (PT) discursa no Plenário / Foto: Karoline Barreto/CMBH

“A representação legislativa como voz do povo de Belo Horizonte tem necessidade de se posicionar publicamente contrária a esses intentos e favorável aos processos de investigação, prisão e condenação das pessoas envolvidas diretamente nos atos, financiadores e figuras públicas que ajudaram na agitação da tentativa de golpe no Brasil”, justifica o texto da moção.

O documento ainda ressalta o respeito à livre manifestação do pensamento e à exposição pública de posições políticas e ideológicas. Porém, destaca que os atos golpistas não possuíam reivindicações constitucionais e que, portanto, não devem ser considerados como manifestações populares.

Na mesma reunião, o vereador Uner Augusto (PRTB), apoiador de Jair Bolsonaro, tentou impugnar a moção e caracterizou os atos de 8 de janeiro como “revolta popular”.

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Em resposta, o vereador Bruno Pedralva defendeu, em plenário, que a moção é em defesa da democracia e apresentou imagens em vídeo, que indicam que os atos em Brasília tiveram comando e orientação.

“Pediram intervenção militar, escreveram intervenção militar nas cúpulas do congresso. Foram sim com a intenção de destruir e destruíram, não o patrimônio de um ou de outro, do STF, destruíram o nosso patrimônio. O meu dinheiro, o dinheiro de vocês. Portanto, essa moção é uma moção de compromisso com a democracia”, argumentou. 

Já a vereadora Cida Falabella (PSOL), ao votar favorável ao texto, destacou que é de interesse da CMBH discutir as questões do estado e do país, uma vez que, em última instância, a cidade também é impactada pela dinâmica política estadual e nacional.

“Não é possível que a gente viva numa ilha em Belo Horizonte, não é possível que a gente esvazie o debate político sobre o que a gente está atravessando. O dia 8 foi algo muito sério, foi algo que impactou as nossas vidas e poderia ter um resultado que, sim, nós poderíamos hoje não estar podendo falar neste microfone”, afirmou.

Além dos vereadores da bancada de esquerda, o texto também recebeu assinaturas de parlamentares de centro e de direita. Um dos signatários foi o presidente da CMBH, Gabriel (sem partido).

Edição: Larissa Costa