Os vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovaram, na tarde de segunda-feira (6), uma moção de repúdio aos atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes da República, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Proposto por Bruno Pedralva (PT) e assinado por outros 12 parlamentares, o texto destaca que as ações, que marcaram o segundo domingo do ano, ferem o Estado Democrático de Direito, suas instituições e foram idealizadas e executadas por pessoas que não respeitam o resultado das urnas que, no último pleito eleitoral, consagrou Lula (PT) presidente do país.
“A representação legislativa como voz do povo de Belo Horizonte tem necessidade de se posicionar publicamente contrária a esses intentos e favorável aos processos de investigação, prisão e condenação das pessoas envolvidas diretamente nos atos, financiadores e figuras públicas que ajudaram na agitação da tentativa de golpe no Brasil”, justifica o texto da moção.
O documento ainda ressalta o respeito à livre manifestação do pensamento e à exposição pública de posições políticas e ideológicas. Porém, destaca que os atos golpistas não possuíam reivindicações constitucionais e que, portanto, não devem ser considerados como manifestações populares.
Na mesma reunião, o vereador Uner Augusto (PRTB), apoiador de Jair Bolsonaro, tentou impugnar a moção e caracterizou os atos de 8 de janeiro como “revolta popular”.
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Em resposta, o vereador Bruno Pedralva defendeu, em plenário, que a moção é em defesa da democracia e apresentou imagens em vídeo, que indicam que os atos em Brasília tiveram comando e orientação.
“Pediram intervenção militar, escreveram intervenção militar nas cúpulas do congresso. Foram sim com a intenção de destruir e destruíram, não o patrimônio de um ou de outro, do STF, destruíram o nosso patrimônio. O meu dinheiro, o dinheiro de vocês. Portanto, essa moção é uma moção de compromisso com a democracia”, argumentou.
Já a vereadora Cida Falabella (PSOL), ao votar favorável ao texto, destacou que é de interesse da CMBH discutir as questões do estado e do país, uma vez que, em última instância, a cidade também é impactada pela dinâmica política estadual e nacional.
“Não é possível que a gente viva numa ilha em Belo Horizonte, não é possível que a gente esvazie o debate político sobre o que a gente está atravessando. O dia 8 foi algo muito sério, foi algo que impactou as nossas vidas e poderia ter um resultado que, sim, nós poderíamos hoje não estar podendo falar neste microfone”, afirmou.
Além dos vereadores da bancada de esquerda, o texto também recebeu assinaturas de parlamentares de centro e de direita. Um dos signatários foi o presidente da CMBH, Gabriel (sem partido).
Edição: Larissa Costa