Para transformar o sofrimento em luta, a Casa das Marias propôs às mulheres belo-horizontinas que marcassem uma camiseta com tinta vermelha. A cena de várias camisas pintadas de vermelho expressa uma triste realidade: Minas Gerais, atualmente, é o estado com o maior número de feminicídios do país.
Com uma tenda montada na Praça da Liberdade, Centro da capital mineira, as voluntárias da Casa das Marias estenderam banners e conversaram com inúmeras mulheres sobre as diversas formas da violência doméstica. As que relataram algum tipo de violência física ou psicológica foram convidadas a molhar suas mãos na tinta vermelha e marcar as camisetas brancas. O resultado foi um varal enorme de camisetas tingidas, o que, infelizmente, não surpreende.
Segundo o próprio governo mineiro, em 2022, a cada dois dias uma mulher morreu vítima de violência doméstica em Minas. Em 50% dos casos, as mortes foram causadas por facas, tesouras ou canivetes. São crimes cometidos por maridos, namorados, ex-companheiros, entre outros.
A ação da Casa das Marias aconteceu das 12h às 20h, de quarta (8), Dia Internacional de Luta das Mulheres.
Quem são
A Casa das Marias é um projeto voluntário de apoio às mulheres vítimas de violência, em situação de vulnerabilidade, que precisem de suporte. O projeto realiza ações de conscientização social e oferece moradia, alimentação, apoio psicológico e acolhimento.
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“O foco principal é fazer com que as mulheres se sintam valorizadas e capazes de se reconectarem consigo mesmas e com o mundo, para se empoderarem das suas vidas e contarem uma nova história”, afirma nota da Casa.
Ato unificado
Na quarta (8), também na Praça da Liberdade, aconteceu a principal manifestação de mulheres da capital, com os temas “Vida digna, diversidade e direito ao aborto: nas ruas contra o fascismo, racismo e capitalismo” e “Pela vida das mulheres: em luta contra a fome, por democracia e pelo bem viver”.
Edição: Larissa Costa