Na última semana, Romeu Zema (Novo) deu declarações aprovando a decisão de sua legenda favorável à utilização de recursos vindos do fundo partidário, recurso público destinado a partidos políticos no Brasil.
Em uma das falas, o governador de Minas Gerais afirmou que não utilizar o dinheiro seria “como ir para uma guerra dizendo que não vai usar pólvora, só faca e espada”.
Com o posicionamento, Zema acabou contradizendo seu próprio discurso, amplamente propagandeado por ele e pelo Novo. Em maio de 2018, no período que antecedeu a corrida que garantiu sua primeira vitória eleitoral, o governador publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que o recurso era “perverso” e sua utilização “um erro”.
Já o Novo, a poucos meses atrás, ainda apresentava a não utilização do fundo como um diferencial da legenda.
No vídeo, Zema afirmou que acreditava que os partidos políticos deveriam funcionar como um time de futebol. Ou seja, “ter torcida, ter pagantes e ter gente que acredita nele”.
Quem acredita em Zema e no Novo
Nas duas eleições que disputou, Zema ficou marcado por receber doações milionárias de donos de grandes empresas. Empresário de profissão, o governador de Minas recebeu recursos em 2022, por exemplo, do dono da rede de locadoras de veículos Localiza, Salim Mattar, de construtoras, de donos de empresas de comunicação e de mineradoras que atuam no estado.
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Na época, os concorrentes de Zema alertaram que as doações eram fruto da política do governador de isenção de impostos concedida a grandes empresas.
O representante do Novo em Minas argumenta, agora, que a mudança de posicionamento sobre o uso do fundo partidário foi necessária, uma vez que mudanças na legislação reduziram as possibilidades de doações de empresas.
Sua sigla, neste momento, corre contra o tempo para conseguir reverter os impactos de não ter alcançado nas últimas eleições a cláusula de barreira.
Edição: Larissa Costa