A menina já não sorri mais por aqui
Dê-me um cigarro. Pede o amigo preocupado na recepção. O outro amigo também pede: me dá um cigarro. Andam de um lado a outro. O silêncio e a fumaça imperam na roda de amigos.
Aquela velha alegria da menina poderia chegar ao fim. Ela era a própria alegria em pessoa. Às vezes, ficava triste, sim! Mas era raro demais.
Essa menina era especial. Passava de uniforme da escola andando pelas ruas e sorria para todo mundo. Não fazia distinção de ninguém.
O moço que vendia guloseimas na porta da escola ficara triste com a cena.
Hoje pela manhã, um dândi, ligado já 24h com balas e doces, levou nossa alegria. O jornal dera a notícia inesperada. A tristeza se abateu na escola. Na casa. No bairro.
A alegria ficou séria. Essa menina já não sorri mais por aqui.
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Rubinho Giaquinto é músico, escritor e militante do coletivo Solidariedade Cidadã
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Edição: Elis Almeida