Minas Gerais

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Editorial | Governador “Xibom bombom”

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Governador tem sido constantemente denunciado por defender interesses da Fiemg acima dos interesses dos cidadãos - FOto: Marco Evangelista / Imprensa MG
Zema enriquece os já ricos e empobrece mais os pobres

Sucesso nas rádios no início dos anos 2000, a música “Xibom Bombom”, do grupo As Meninas, é didática para explicarmos o atual momento de Minas Gerais. Na música, a estrofe dizia, “quero me livrar dessa situação precária, onde o rico cada vez fica mais rico, e o pobre cada vez fica mais pobre”.

Em Minas, Romeu Zema (Novo) opera no estado a política de enriquecer os já ricos, e empobrecer ainda mais os mais pobres. 

O governador nas últimas semanas articulou com a Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que aumenta seu salário e de seu secretariado em quase 300%. Para se ter uma ideia, caso a medida seja aprovada, em 2025,  ele passará a receber mais de R$ 40 mil. 

Se Zema governa para os de cima, cabe aos de baixo se organizar e denunciar a política em curso

Seria cômico se não fosse trágico, mas, é justamente Zema quem passou os últimos 5 anos dizendo que iria doar o que recebesse e que leva uma vida simples.

É ele também quem se nega a pagar o Piso Salarial Nacional da educação e não quis reajustar os salários dos trabalhadores da saúde e da segurança pública, com a justificativa de que o Estado não tem “pote de ouro”. 

Ao mesmo tempo, o governador busca aprovar outro Projeto de Lei, que perdoa dívidas de locadoras de veículos e reduz os impostos cobrados às empresas. Não coincidentemente, os maiores doadores da campanha de Zema em 2022 foram os principais acionistas da Localiza. Eleito, agora ele quer devolver a “ajuda” que recebeu de mais de R$ 5 milhões do grupo de Salim Mattar, dono da Localiza.

Enquanto o empresário Romeu Zema, que até o ano passado já tinha um patrimônio de quase R$ 130 milhões em bens, e seus amigos buscam enriquecer ainda mais, quem mais sofre é o povo mais pobre, que deve empobrecer ainda mais. 

Reforma Administrativa busca vender o patrimônio e os direitos do povo

Se nos 4 primeiros anos a gestão Zema demonstrou pouca habilidade para emplacar seus projetos, agora, com uma proposta de Reforma Administrativa, ele busca cumprir sua principal promessa de campanha: vender o patrimônio e os direitos do povo mineiro. 

Na realidade, o projeto tem o objetivo de abrir caminhos para a privatização das estatais mineiras e a entrada da iniciativa privada em áreas como a educação e a saúde. O resultado disso tudo não é difícil de prever: o serviço vai ficar pior e você ainda corre o risco de precisar pagar por ele. 

Como consequência direta do pacote de maldades do governo, a população que, como diz a canção do grupo As Meninas, têm entre seus principais anseios ver seus filhos serem educados com dignidade, viver bem e se alimentar, corre o risco de, na realidade, perder o que já conquistou. 

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Precisamos nos organizar 

Se Zema governa para os de cima, cabe aos de baixo se organizar e denunciar a política em curso, apresentando uma proposta alternativa para o estado. Precisamos dizer em alto e bom som que Minas e os direitos de nosso povo não estão à venda.

No próximo período, é necessário dialogar com cada mineiro e mineira sobre como o desmonte do Estado, operado por Zema, irá impactar nosso presente e futuro, colocarmos nosso bloco nas ruas e dizer não ao projeto de Zema. 

Edição: Elis Almeida