Vitórias virão somente com mobilização social contra os juros
Tem ganhado grande repercussão os juros extremamente altos praticados no Brasil. Mas afinal, por que o governo Lula simplesmente não enfrenta a situação para que possa implementar a sua política econômica? Ocorre que o atual presidente do Brasil possui como herança do desgoverno anterior o atual presidente do Banco Central, indicado por Bolsonaro.
Com isso, o Banco Central tem desenvolvido uma política monetária que é incompatível com o plano proposto pelo governo Lula. Propostas estas que saíram vitoriosas nas urnas.
A autonomia do Banco Central foi objeto de lei sancionada pelo governo Bolsonaro, com a justificativa de eliminar a intervenção do governo no banco, e dotá-lo de autonomia. Uma falácia. Essa suposta autonomia deixa o país refém dos interesses de mercado. Afinal, o atual presidente do banco, Roberto Campos, é nada mais nada menos que um ex-executivo do banco Santander. Ou seja, o que a “autonomia” do Banco Central fez, foi tirar da soberania popular, expressa nas urnas, o controle pleno sobre a política econômica. Já que a gestão do Banco Central é parte importante dessa política.
O BC se autonomizou do povo, e ficou subordinado aos interesses do mercado, que não necessariamente são os mesmo que os do conjunto do país.
Impactos para o povo
A manutenção da alta taxa de juros interfere na nossa vida, e em nossa rotina diariamente. Ao optar por comprar uma geladeira a prestações, não queremos pagar o equivalente à quase duas unidades. O financiamento de veículos ou imóveis então, se torna algo ainda mais desestimulador. Quem quer comprar sob essas condições? Por que pagarmos a mais alta taxa de juros real do mundo?
A continuidade dessas altas taxas desestimula o consumo, e somente favorece que o dinheiro dos mais pobres vá parar no bolso dos ricos. No fim, os grandes beneficiados estão sendo somente os mais ricos que lucram com o rentismo dos juros praticados, em detrimento dos interesses do povo brasileiro.
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Esse cenário nos faz entender o porquê de o governo Lula tanto criticar a atual gestão do Banco Central. Como o mandato do atual presidente da instituição se encerra somente no final de 2024, as políticas do governo Lula seguirão impactadas negativamente pela política de juros praticada. Por isso, é fundamental participarmos dessa briga pela redução das taxas de juros.
Nesse ano, já houve mobilizações contra a taxa de juros praticada, entretanto, será preciso ainda mais força para vencer essa disputa com o mercado.
O governo Lula está repleto de desafios. São muitas as políticas a serem revertidas ou reconstruídas em diversos setores da sociedade como economia, saúde, educação, trabalho, previdência social. Todavia, as vitórias virão somente na medida em que o apoio ao governo Lula demonstrado na campanha eleitoral e nas urnas se traduza em mobilização social.
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Edição: Elis Almeida