Minas Gerais

MEMÓRIA

Patrimônio imaterial de BH, 13 de maio é dia de Festa dos Pretos-Velhos

Encontro, organizado por terreiros, celebra resistência dos que lutaram contra a escravidão

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
A Festa dos Pretos-Velhos ocorre desde 1982 e é considerado patrimônio imaterial da capital mineira. - Foto: Ricardo Laf/FMCBH

A data que simboliza a abolição da escravidão no Brasil é um marco de atividades e mobilizações contra o racismo, em todo o território nacional. Em Belo Horizonte, no próximo sábado, 13 de maio, terá a tradicional Festa dos Pretos-Velhos. O encontro acontece desde 1982 e é considerado patrimônio imaterial da capital mineira.

Neste ano, a comemoração começa às 18h e proporciona o encontro de povos de religiões de matriz africanas e praticantes dos saberes afro-brasileiros, com o objetivo de celebrar a resistência e luta dos povos escravizados, que conquistaram a abolição. 

A programação, que acontece na Praça Treze de Maio, no Bairro da Graça, na Região Nordeste de Belo Horizonte, conta com rodas de capoeira, momentos ritualísticos, cantigas e trabalhos de terreiros. Durante a festa, também serão distribuídas gratuitamente comidas típicas da culinária afro-brasileira.

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A coordenadora nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab) Makota Célia Gonçalves Souza destaca que a Festa dos Pretos-Velhos também é um momento de louvar a ancestralidade.

“Nós louvamos os pretos-velhos e as pretas-velhas, que são nossos ancestrais. São espíritos de pessoas que viveram em território brasileiro e que nos deixam um legado da história, da tradição, das rezas e da resistência do povo preto na diáspora”, conta.

Abolição inacabada

Além do resgate à memória, o encontro também olha para o presente e denuncia a persistência do racismo estrutural na sociedade. Makota Célia avalia que, na realidade, tivemos no Brasil uma abolição inacabada e, por isso, a população negra convive diariamente com a violência, o preconceito, a exploração e a opressão.

“Nós consideramos o 13 de maio uma data de protesto, porque a abolição foi inacabada. Denunciamos a realidade extremamente racista e preconceituosa, que faz com que os corpos negros sejam violentados", conclui.

Edição: Larissa Costa