Por você roubo até os anéis de Saturno!
Grande Rita Lee, peço permissão para “roubar” o nome da sua música para contar uma história aqui da nossa quebrada. Nosso amor vale tudo!
Esse casal lembra um pouco Eduardo e Mônica, do Renato Russo. Ela é geniosa. Ciumenta. Estudiosa. Metódica. Fuma demais. Trabalha pra caramba.
Ele é boa-praça. Fez psicologia daquele jeitão. Uma mistura de surfista com guitarrista de fim de semana. Um sujeito querido por todos. Um sorrisão que faz até o Edir Macedo fingir ser gente boa e honesta.
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Lá pelas tantas de um fim de semana, ele recebe um convite de uma festa de 20 anos da sua antiga turma de psicologia. A festa seria só entre os velhos amigos e amigas. Ela já ficou meio ressabiada com esse convite. Veio logo na cabeça coisas como aquela namoradinha dele na época do curso. Pra quem ele fazia dezenas de músicas e poesias. E, logo, disse:
— Você não vai de jeito nenhum nessa tal de festa. Se você for, tá tudo acabado entre nós. É a festa ou eu? Você escolhe, baby!
Ele ficou num silêncio profundo. Nem tentou argumentar. Preferiu deixar esfriar e convencê-la mais perto da data da festa.
Ele resolveu ir escondido. Sabia que seria arriscado.
A festa transcorria tudo bem. Mas ela tinha amigos no mesmo condomínio da festa. E apareceu de surpresa. E fez um escarcéu danado. Estragou a comemoração dos velhos amigos psicólogos.
Eles ficaram uns três meses separados.
O zap apitou logo numa manhã que não prometia grandes coisas. A mensagem era direta e simples:
“Desculpe o auê. Não queria magoar você. Foi ciúmes, sim. Perdi a cabeça. Da próxima vez... Queria tanto te ver, baby!”
Ele deu um sorriso. Na cama mesmo. E respondeu:
“Por você roubo até os anéis de Saturno!”
Valeu, Rita Lee!
Rubinho Giaquinto é músico, escritor e militante do coletivo Solidariedade Cidadã
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Leia outras crônicas de Rubinho Giaquinto em sua coluna no Brasil de Fato MG!
Edição: Elis Almeida