A Petrobrás anunciou, na terça-feira (16), o abandono da política de preços que levou os combustíveis no Brasil a estarem entre os mais caros do mundo. Implantado no governo golpista do ex-presidente Michel Temer (MDB), e continuado no governo de Jair Bolsonaro (PL), o Preço de Paridade de Importação (PPI) determinava que os combustíveis vendidos no país seriam definidos segundo os valores do mercado internacional.
A nova política de preços vai considerar a participação da Petrobrás em cada mercado e região onde a empresa atua. Além disso, serão consideradas "a otimização dos nossos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável", disse a empresa em comunicado.
Horas após anunciar a nova política, a Petrobrás confirmou quedas nos valores repassados às distribuidoras, que posteriormente vendem aos postos de gasolina. O diesel, que estava sendo comercializado a R$ 3,46 o litro, passa para R$ 3,02, e a gasolina sai de R$ 3,18 para R$ 2,78.
Já o gás de cozinha teve a maior redução, de R$ 8,97 por botijão de 13 quilos, representando uma queda de 21,3%.
O gás de cozinha também teve seus preços reduzidos / Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Impactos em Minas Gerais
O estado mineiro deve sentir de imediato a redução anunciada. Porém, o preço na bomba de combustível depende do valor de venda da Petrobrás, do valor de revenda das distribuidoras, assim como das misturas que são feitas para composição do combustível e dos impostos aplicados.
Pesquisa do site Mercado Mineiro, realizada em 27 de abril, mostrava que o litro da gasolina comum na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) girava em torno de R$ 5,40. O diesel apresentava maior diferença de preços, conforme a cidade e a região, girando em torno de R$ 5,70 o litro.
Segundo cálculos da Petrobrás, o consumidor final de todo o país deverá passar a pagar, em média, R$ 5,20 pela gasolina e R$ 5,18 pelo litro do diesel.
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O engenheiro da Petrobrás e coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG) Guilherme Alves analisa que a mudança tende a resultar em mais reduções nos combustíveis. “Como é uma política, isso sem dúvida vai perdurar e deve trazer efeitos a longo prazo, com a tendência de mais queda nos preços. Mas precisamos aguardar”, pondera.
O Sindipetro-MG comemorou o fim do PPI, contra o qual vem protestando desde a sua implementação, por considerá-lo altamente nocivo tanto aos funcionários quanto aos cidadãos. “Funcionava como uma espécie de transferência de renda do trabalhador para uns poucos acionistas privados da Petrobrás”, criticou o petroleiro.
Além da economia na compra direta dos combustíveis e do gás de cozinha, Guilherme ressalta a cascata de reduções possíveis nos preços de outros produtos. “A queda do preço do diesel tem um impacto positivo direto no preço dos fretes. Automaticamente, há uma influência significativa na redução da inflação”, avaliou.
Edição: Larissa Costa