Minas Gerais

Coluna

Editorial | A taxa de juros está boa pra quem?

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Foto da fachada do Banco Central - Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Bancos e rentistas são os únicos beneficiados com juros altos

Iniciou no último dia 20 de junho mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM). Nessa reunião, mais uma vez está na mesa o debate de qual será a taxa de juros para o próximo período. E você, o que está achando da atual política de juros que está sendo praticada?

Ninguém que monitora as suas finanças está com disposição de encarar financiamentos. Isso porque quando financiamos um celular, uma geladeira, um carro ou um imóvel, estamos pagando muito mais do que o bem vale. Isso torna a compra bastante desvantajosa.

É inacreditável o valor que um veículo ou que um imóvel pode atingir, se considerarmos o quanto efetivamente pagamos ao fim do financiamento. Será que realmente precisa ser assim?

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Nesse momento, o COPOM é composto por integrantes do Banco Central com um perfil bastante característico: se formaram em escolas liberais tradicionais e possuem em seus currículos profissionais profundas relações com instituições financeiras e de investimentos como os bancos Santander e Itaú. Isso necessariamente afeta todas as deliberações do grupo, afinal, de quem é o interesse por juros mais alto? Quem se beneficia altas taxas de juros? Os bancos.

Sendo o governo um grande devedor dos bancos, é ainda melhor que as taxas permaneçam nas alturas para que eles gozem de maior beneficiamento.

E o povo?

Seguirá financiando a farra dos banqueiros? Essa é uma importante disputa instalada dentro do governo Lula. A política que está sendo estabelecida pelo COPOM está na contramão dos objetivos do programa do governo eleito.

O Comitê, após a lei aprovada no governo Bolsonaro, possui autonomia para eleger a sua presidência, permitindo, então, que um representante mais alinhado à política de Jair Bolsonaro sirva como oposição ao governo utilizando-se da instituição.

O que irá contribuir com essa queda de braços será a mobilização popular. Somente a pressão popular poderá contribuir com o desenvolvimento de uma justa política de juros. Uma política que se atente mais às nossas necessidades, ao desenvolvimento econômico do país, e que não esteja olhando somente aos interesses do setor financeiro privado, único beneficiário das atuais taxas praticadas.

Nessa semana houve mobilizações populares em várias capitais do Brasil, demonstrando insatisfação com a atual política em vigor. É preciso popularizar ainda mais esse debate e essa causa, pois afinal, ela impacta negativamente a vida de milhões de trabalhadores, que em nada são beneficiados com as altas taxas de juros em vigor.

E você, já conversou sobre isso com alguém?

Edição: Elis Almeida