Minas Gerais

TRANSPORTE

Saiba quais são as empresas de ônibus que vão receber R$ 512 milhões em subsídio da PBH

Famílias que controlam maior parte das empresas são investigados por escândalos

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

Ouça o áudio:

A empresa Saritur opera 18% das frotas de ônibus de Belo Horizonte - Foto: Breno Pataro/ PBH

Após a aprovação na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) do Projeto de Lei (PL) 538/2023, que oferece um subsídio de R$ 512 milhões para os consórcios que operam o transporte público na cidade, a população da capital mineira espera ansiosa pelo retorno do preço da tarifa para R$ 4,50. Mas, você sabe quais são as empresas que vão receber a quantia em dinheiro?

Segundo o relatório de custos do Sistema de Transporte Público Coletivo Convencional por Ônibus (STPCCO) de Belo Horizonte, construído entre julho e dezembro do ano passado e publicado pela Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob BH) em março deste ano, atualmente, existem 35 empresas que operam o serviço na cidade.

A maioria desses CNPJs fazem parte de grupos empresariais e, portanto, funcionam como uma grande empresa. Entre eles, chama atenção a preponderância de empresas ligadas à Santa Rita Transporte Urbano e Rodoviário, conhecida como Saritur.

Rubens Lessa, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Minas Gerais (FETRAM), é um dos administradores da Saritur. O grupo é responsável pelas empresas Viação Jardins, S&M Transportes, Turilessa e São Cristóvão Transportes, que juntas operam 18% das frotas de ônibus de Belo Horizonte. 

Escândalos

Os Lessa são investigados por uma série de escândalos. Em 2021, por exemplo, a família precisou responder a denúncias de que a garagem de uma de suas empresas teria servido para a vacinação irregular de políticos e empresários. Rubens teria sido um dos vacinados.

Em junho deste ano, eles foram alvo de uma operação da Polícia Federal e da Receita Federal, que busca saber se a família faz parte de um esquema de fraude da Previdência Social, que pode ter causado um prejuízo de R$ 730 milhões aos cofres públicos.

O segundo maior grupo é o da família de Roberto Carvalho, que controla as empresas Rodopass, Urca Auto Ônibus e Viação Carneirinhos. O empresário foi preso em 2016, sob suspeita de pagar propina a vereadores de Belo Horizonte.

Entenda

Em 2008, a prefeitura de BH celebrou contratos de concessão com 4 consórcios, que passaram a ser responsáveis pelas redes de transporte e serviços (RTS) da cidade. A responsabilidade foi distribuída de acordo com a divisão do município em 4 áreas.

As regiões de Venda Nova e da Pampulha ficaram com o Consórcio Pampulha. Norte, Nordeste e Leste com o Consórcio BH Leste. Barreiro e Oeste com o Consórcio 10 e, por fim, a Noroeste com o Consórcio Dom Pedro II. Na época da celebração dos contratos, 40 empresas faziam parte dos consórcios.

O Brasil de Fato MG reuniu na tabela abaixo as empresas que compõem cada consórcio e seus grupos empresariais. Confira:


 

Edição: Elis Almeida