Voltamos a comer picanha!
Não idealizo o povo pobre e trabalhador. Sei que todos nós temos qualidades e defeitos. Mas o que a vida tem me mostrado é que o povo mais correria tende a ser mais generoso e solidário.
Participei de um churrascão da quebrada. Não foi na laje. Foi num quintal espaçoso e com muitas frutas. O quintal estava lotado de gente pra todo lado. O mais incrível é que sempre cabe mais um. Não importa a cor, religião, time de futebol.
O dono do "barraco" é uma simpatia. Ele é uma espécie de Zeca Pagodinho. Um tipo acolhedor. Não se aperta com nada. Ele deixa o pau quebrar. Nesses tempos de intolerância política e cultural, receber as pessoas com sorriso, gentileza e com muita comida é um traço enorme de civilidade e amor.
É claro que sempre o samba e o pagode são hegemônicos por aqui. Já no karaokê Renato Russo é o campeão. O Chorão também é muito lembrado. Engraçado como o Chorão tá no inconsciente coletivo do povo.
Há pessoas iluminadas com que há de melhor por aqui e meu amigo é assim. A vida dele nunca foi fácil, mas a leveza o torna um ser especial.
Voltamos a comer picanha!
Rubinho Giaquinto é músico, escritor e militante do Coletivo Solidariedade Cidadã.
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Leia outras Crônicas de Rubinho Giaquinto em sua coluna no Brasil de Fato MG!
Edição: Larissa Costa