Minas Gerais

RESISTÊNCIA

Nesta sexta (4), BH tem ato em defesa do MST e de deputadas ameaçadas de cassação

Atividade começa às 19h, no Armazém do Campo, e terá presença das parlamentares

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O processo contra as deputadas começou depois denuncia contra (PL) 490, do novo Marco Temporal. - Foto: Lula Marques/ Agencia Brasil

Em Belo Horizonte, acontece, nesta sexta-feira (4), um ato público em solidariedade às deputadas Célia Xakriabá (PSOL-MG), Érika Kokay (PT-DF), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Juliana Cardoso (PT-SP), Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ), que enfrentam processo de cassação na Câmara Federal.

A manifestação também acontece em apoio ao Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em resposta à tentativa de criminalização da organização, promovida com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), em curso na mesma Casa legislativa.

A atividade começa às 19h, no Armazém do Campo de Belo Horizonte, localizado na Avenida Augusto de Lima, número 2136, no bairro Barro Preto.

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Entenda

O processo contra as parlamentares começou após elas se manifestarem contrárias ao Projeto de Lei (PL) 490, do novo Marco Temporal.

A proposta denunciada por elas e defendida por ruralistas determina que a demarcação de terras só deve acontecer quando for comprovado que os indígenas a habitam de forma permanente desde antes de 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição Federal. Por isso, o PL pode impactar milhares de indígenas em todo o Brasil e é caracterizado por especialistas como genocida.

Juntas, as seis parlamentares reúnem quase 1 milhão de votos.

Ao mesmo tempo, o MST enfrenta uma CPI impulsionada pelos mesmos setores que buscam a efetivação do Marco Temporal. Também é de interesse desses grupos frear o avanço da reforma agrária no país, mantendo a concentração de terras e os altos índices de produção de alimentos com veneno. Por isso, buscam criminalizar o maior movimento popular da América Latina.

“Foram muitas lutas nesse primeiro semestre de mandatos e, além de todo o trabalho, estamos diante de um Congresso que persegue mulheres, LGBTQIA+, movimentos sociais e os povos indígenas. Não nos calarão e seguiremos resistindo em coletividade”, disse a deputada Célia Xakriabá, nas redes sociais, ao convocar para o ato.

“Também tentam criminalizar o MST, e nós, mulheres, estamos na linha de frente na defesa do movimento na câmara e em luta pela terra, pela soberania alimentar, com o povo do campo e da cidade”, complementou.

Além de Célia Xakriabá, Érika Kokay, Sâmia Bomfim e Fernanda Melchionna, o encontro também terá a presença da ex-deputada federal Áurea Carolina, das deputadas estaduais Bella Gonçalves (PSOL) e Andréia de Jesus (PT), das vereadoras da capital mineira Cida Falabella (PSOL) e Iza Lourença (PSOL), e da vereadora de Contagem, Moara Saboia.

Edição: Larissa Costa