Governador age com ignorância calculada e perversidade
O Governador Romeu Zema quer silenciar os mineiros e mineiras colocando fim à exigência de se aplicar consultas públicas, referendos, plebiscitos e outros instrumentos normativos legais, previstos na Constituição do Estado. Na verdade, o que o governador quer é, com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada à Assembleia de Minas, encurtar o caminho das privatizações de nossas empresas estatais como Cemig, Copasa, Codemig e Codemg.
Não é de hoje que o projeto de Estado mínimo está em execução pelo atual governo. Zema já privatizou estradas, parques estaduais e quer privatizar patrimônios naturais como a Serra do Curral. Não há limites para o velho jeito de governar que ele insiste em chamar de novo.
O governador Romeu Zema já comete o crime de prevaricação contra o Estado, no sentido mais estrito da palavra. Descumpre seu dever de preservar os interesses gerais e coletivos e, sobretudo, o de garantir a unidade e a integridade do nosso território. Zema em si é uma inconstitucionalidade.
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Alegando que as consultas públicas são dispendiosas para o poder público, Zema entrega à Assembleia de Minas, por natureza a representação dos mineiros e mineiras, a atribuição de alterar a nossa constituição em favor do seu projeto entreguista.
O que o governador teme é confirmar pelo plebiscito aquilo que as pesquisas já apontavam em agosto de 2022, quando um levantamento feito pelo Instituto Datatempo indicou que mais de 60% da população de Minas Gerais é contrária à venda da Cemig, Copasa e Gasmig.
Estamos, há mais de quatro anos, vivendo sob a ameaça do fatiamento do Estado. Zema dilapida o patrimônio público como um herdeiro, sem compromisso e talento, o faz com sua herança.
Está em curso um projeto ainda maior do governador: ocupar, ainda que pejorativamente, o noticiário, as redes, o cotidiano de nossas cidades. Seguindo aquele velho ditado popular – falem mal, mas falem de mim. Assim, Zema rompe as montanhas das Minas e os sertões dos Gerais, para ganhar espaço nacionalmente.
Com ignorância calculada, perversidade gritante, Romeu Zema rompe a fronteira das Minas, cutuca o Nordeste, assanha os conservadores na tentativa de se colocar como um nome viável para um projeto nacional. O que ele não considera é a capacidade do povo e do parlamento mineiro de resistir. A gente enverga, mas não quebra governador. Não estamos à venda.
Estamos prontos para, na Assembleia, oferecer toda a resistência e rejeitar qualquer proposta que nos reduza, que nos aniquile.
Leninha é deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), primeira vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, líder da bancada feminina da Assembleia e vice-presidenta estadual do PT.
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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.
Edição: Elis Almeida