Minas Gerais

ORGANIZAÇÃO

Com início na sexta (18), congresso da CUT Minas foca em plano de lutas contra o governo Zema

Encontro, que acontece em BH, reúne cerca de 400 pessoas e elegerá a próxima diretoria da entidade

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O congresso deve reunir 400 pessoas - Fotos Rogério Hilário

Com o lema “Democracia, trabalho e luta: reconstruir o Brasil e resistir em Minas Gerais”, começa nesta sexta-feira (18) o 14º Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT Minas). O encontro, que acontece em Belo Horizonte e reúne aproximadamente 400 pessoas, tem programação até o domingo (20) e, além de eleger a próxima direção da entidade, aprovará um plano de lutas para o próximo período.

O presidente da atual gestão da CUT Minas, Jairo Nogueira, destaca que, diante do cenário político do estado, o congresso é uma oportunidade para apontar linhas unitárias de combate às tentativas de Romeu Zema (Novo) de entregar o patrimônio público à iniciativa privada, como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Além de iniciar seu segundo mandato com a aprovação da reforma administrativa e do reajuste de seu próprio salário em quase 300%, o governador tem ameaçado vender as empresas estatais, busca implementar no estado o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e incentiva a entrada de organizações privadas na educação e saúde públicas.

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“Nosso congresso tem um objetivo muito claro, que é lidar com a conjuntura atual do estado. Nosso principal desafio é o governo Zema, que fez um primeiro mandato desastroso e busca ser pior ainda neste segundo mandato. É um processo de resistência”, explica Jairo.

O presidente da CUT Minas ainda destaca que, com as mudanças no cenário político nacional após a eleição de Lula (PT), o debate sobre a reconstrução do país também terá centralidade no encontro.

“Também nos espelhamos na reconstrução nacional, com o governo Lula, de tudo que foi retirado desde o golpe de 2016, para retomarmos a dignidade ao povo brasileiro. Por isso, o debate nacional também ganha importância”, comenta.

Processo amplo e democrático

Mesmo previsto para o próximo fim de semana, na realidade, o congresso da CUT Minas já começou. Nos últimos meses, os sindicatos filiados à central realizaram assembleias de base e elegeram seus representantes para o encontro, que são chamados de delegados.

Nas regiões mineiras onde existem seções da entidade tiveram etapas preparatórias. No último sábado (12), por exemplo, aconteceu o congresso regional da CUT do Triângulo Mineiro.

A quantidade de delegados eleitos por sindicato é proporcional ao número de filiados das entidades e serão essas pessoas as responsáveis por opinar sobre o plano de lutas e votar na eleição da próxima diretoria.

Posteriormente, os debates políticos feitos no encontro serão sistematizados e apresentados como subsídio para o congresso nacional da CUT, que está previsto para outubro deste ano.

Programação

Para dar conta desse conjunto de objetivos, o encontro começa no dia 18, às 18h, com um ato político. Nesse momento, estarão reunidas lideranças sindicais, de movimentos populares e parlamentares parceiros da central.

No sábado (19), o dia será dedicado aos debates sobre a conjuntura estadual, nacional e a estratégia da central para o próximo período. Além disso, essa é a data da eleição da nova direção da CUT Minas.

Por fim, no domingo (20), serão apresentadas as sínteses do congresso e aprovados os encaminhamentos.

Homenagem

O 14º Congresso Estadual da CUT Minas presta uma homenagem especial à sua antiga secretária de Organização e Política Sindical Andrea Hermógenes Martins. Eleita para a gestão que termina neste fim de semana, Andrea faleceu em março do ano passado


Atualmente, a lutadora era diretora do Sindibel e da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT Minas) / Foto: Reprodução Sind-Saúde/MG

Enfermeira de formação, ela atuou por mais de 20 anos no Hospital João XXIII e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, em Belo Horizonte. Ao longo de seus 58 anos de idade, ela construiu uma trajetória marcada pela luta em defesa da saúde pública e dos direitos da população mais vulnerável.

Além de diretora da CUT Minas, Andrea também fazia parte da direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) e, entre os anos de 2011 e 2017, atuou no Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG).

 

Edição: Larissa Costa