Minas Gerais

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Quem privatiza bom sujeito não é

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Venda das estatais levará a piora nos serviços e aumento das tarifas - Dirceu Aurélio / Imprensa MG
Movimentos realizarão Plebiscito Popular contra a privatização das empresas

Diante do desespero em disputar o que ainda resta do fracassado legado de destruição deixado pelo bolsonarismo, a antiga roupagem de Romeu Zema (Novo), caracterizado por alguns como “bom moço”, vai perdendo espaço. Ao mesmo tempo, são reveladas as verdadeiras características do projeto representado pelo empresário que governa Minas Gerais.

Ao propor retirar da Constituição mineira a regra que obriga o governo a realizar um referendo popular para privatizar a Cemig, a Copasa e a Gasmig, ele mostrou, em uma única tacada, o quanto é autoritário e entreguista.

É público o fato de que a maioria da população mineira é contrária à venda dessas empresas, como mostram os últimos levantamentos. E é por isso, que Romeu Zema quer acabar com o mecanismo que garante a consulta popular. Ou seja, para ele, a lógica que impera é a de que “se a maioria é contra, basta impor”.   

Caso o governador alcance seus objetivos, as consequências não serão poucas, nem boas. Para citar apenas algumas, vender três das estatais estratégicas de Minas Gerais significa menos capacidade de desenvolvimento, aumento das desigualdades regionais, maior número de desempregados, piora nos serviços oferecidos pelas empresas e, como na totalidade das experiências de privatização de serviços de energia, saneamento e gás, o crescimento no preço das tarifas e contas pagas pela população.

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As movimentações de Zema ainda demonstram que, de novidade, o governador e seu partido não têm nada. Na realidade, ele representa o que há de mais ultrapassado na política. Não à toa, há muito tempo, o povo brasileiro resiste a figuras como ele, que possuem profundo desprezo às classes populares, e buscam, de toda forma, entregar o patrimônio público à iniciativa privada.

“Quem não gosta de samba”

O ano de 1940 marcou o lançamento da música “Samba da minha terra”, de Dorival Caymmi, que apresenta o samba baiano como um patrimônio daquela terra, que atravessa quem ali nasce e permanece.

Na canção, que é considerada uma das mais conhecidas no Brasil, Caymmi é taxativo ao afirmar que “quem não gosta de samba bom sujeito não é”. Fazendo um paralelo, se a Cemig, a Copasa e a Gasmig, são parte do patrimônio de Minas Gerais, quem quer abrir mão delas não é bom sujeito.

Cabe então ao povo, que depende de serviços públicos de qualidade, se auto-organizar frente ao projeto de Romeu Zema. Nas próximas semanas, teremos duas mobilizações que podem ser decisivas: a paralisação do funcionalismo público, no dia 29 de agosto, e o 7 de setembro, data da manifestação do Grito dos Excluídos. É preciso tomar as ruas em defesa das empresas públicas mineiras.

Por fim, já que o governador quer impor seu projeto goela a baixo, que o povo consulte o povo. Por isso, movimentos populares e sindicais, organizados na campanha estadual Fora Zema, convocaram um Plebiscito Popular contra a privatização das empresas. Organize um comitê na sua cidade e faça parte desse processo. Nosso futuro não está à venda.

 

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Edição: Elis Almeida