Receita da Cemig em 2022 foi de R$ 34,462 bilhões
Cresce a resistência contra a proposta do governador mineiro de assinar o Regime de Recuperação Fiscal, que, dentre outras coisas, tiraria investimentos dos serviços públicos e poderia levar à venda das empresas estatais.
Deputados federais e estaduais da oposição, e até da base do governo, se manifestaram contrários à proposta enviada pelo governador, que retira da Constituição Mineira a obrigatoriedade de consulta à população sobre a privatização das estatais.
Nessa semana, até mesmo o ministro de Minas e Energia do governo Lula, Alexandre Silveira, ex-senador por Minas Gerais, declarou que lutará contra as privatizações. O ministro é do PSD, partido que possui nove deputados estaduais que podem vir a acompanhar a orientação de Silveira.
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Também os movimentos populares e sindicais elevaram a voz em protestos ao longo da semana. Centenas de manifestantes foram para porta da Assembleia Legislativa no dia 28, protestar contra a entrega do título de cidadão honorário de Minas Gerais para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na terça (29), milhares de funcionários públicos, mobilizados por dezenas de sindicatos, percorreram as ruas da capital, entre a ALMG e a praça Sete, no centro da cidade, contra o Regime de Recuperação Fiscal e contra a privatização das estatais.
Reuniões de organização dos movimentos preveem um calendário de lutas que promete levar o debate até a população, pressionando a base dos parlamentares e desgastando a imagem do governador. As ações incluem o Grito dos Excluídos no próximo dia 7 de setembro, panfletagem, ações nas redes sociais, faixas em viadutos, projeções em prédios, abaixo assinados, mobilizações e criação de comitês.
Cobiça do mercado sobre bens públicos valiosos
A Cemig foi criada em 1952, por Juscelino Kubitschek (JK), para suprir Minas Gerais de energia, visando garantir a infraestrutura essencial para o desenvolvimento do estado. Sua missão segue mais atual que nunca e sua importância só cresce, para o Estado e o povo mineiro, com o aumento da disputa por energia em todo o mundo.
Não é a primeira vez que a venda da Cemig é cogitada. Em 1997, o ex-governador Eduardo Azeredo também tentou. E não conseguiu.
Hoje, a Cemig tem participação em mais de 175 empresas, além de consórcios e fundos de participação. São 140 mil acionistas e suas ações são negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo, Nova Iorque e Madri. Ela opera nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica e ainda na distribuição de gás natural, por meio da Gasmig, e no uso eficiente de energia.
Copasa aumento seu lucro em 56% em 2022
A receita da empresa em 2022 foi de R$ 34,462 bilhões, e o lucro líquido cresceu 9,09%, totalizando R$ 4,094 bilhões. A Copasa não fica atrás, seu lucro cresceu 56,9% em 2022 em comparação com 2021, ficando em R$ 843 milhões.
É fato que as empresas são muito importantes e que não faz sentido nenhum vende-las. A privatização levaria à piora dos serviços prestados à população e ao aumento da tarifa. Já são mais de 1600 empresas no mundo que depois de privatizadas foram reestatizadas. A maioria delas atua no fornecimento de água potável e tratamento de esgoto, como a Copasa.
A entrega das estatais só interessa a quem quer se apropriar dessa imensa riqueza acumulada, ou seja, a Romeu Zema e seus amigos endinheirados.
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Edição: Elis Almeida