Preservação da região é um sonho possível com o presidente Lula
Belo Horizonte precisa aproveitar a melhor oportunidade de sua história para garantir a conservação da Serra do Curral, impedindo a mineração predatória no local e ainda criar um incrível espaço para usufruto do povo. Essa grande chance a qual me refiro se deve ao fato de termos hoje Luiz Inácio Lula da Silva na presidência.
Durante o segundo turno das eleições, Lula, em campanha na capital mineira, disse, em plena Praça Tiradentes, de frente ao nosso cartão-postal, que teria um “cuidadinho especial com a Serra do Curral”.
E realmente o governo Lula vem cumprindo o prometido. Mas devemos ficar vigilantes, pois do outro lado há dois poderosos antagonistas que têm como prioridade agradar às mineradoras: Romeu Zema (Novo) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
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Tenho articulado junto com Ana Pimentel (PT), Duda Salabert (PDT), Célia Xakriabá (PSOL) e Patrus Ananias (PT) para que seja criado o Parque Nacional da Serra do Curral. Seria uma estratégia eficaz e cabível por lei, para proteger todo o complexo ambiental da ganância das mineradoras. Isso seria possível por meio de decreto presidencial, e esse núcleo de parlamentares, ao qual me insiro, protocolou no Ministério do Meio Ambiente uma indicação, muito bem recebida pela ministra Marina Silva, para delimitar a área de proteção ambiental.
Essa é a forma mais rápida de assegurar a proteção da área tão importante da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Outra alternativa seria por meio de projeto de lei, no entanto, é um processo mais demorado, já que tem que ser aprovado em todas as comissões, plenários e no fim sancionado pelo Executivo.
Como bem sabemos, há uma gigantesca cobiça por parte das mineradoras, com o aval de Zema e da Fiemg, com riscos de derrubada das ações e até mesmo da ampliação da mineração na nossa serra. Por isso, o caminho mais seguro é a criação do parque via decreto.
Agora, aguardamos a avaliação técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para já levarmos a pauta ao presidente Lula.
Belo Horizonte, só tem a ganhar com a criação do Parque Nacional da Serra do Curral. Parques ecológicos conservam a natureza, propiciam a recuperação dos recursos hídricos e promovem a revegetação. Será ainda uma área de lazer, de recreação, de estímulos à atividade física e de impulsionamento do turismo belo-horizontino.
O cavalo de Troia de Zema e da Fiemg
Da parte de Zema e da Fiemg é preciso que a população esteja atenta à proposta por eles apresentadas. Durante todo esse processo, o governador de Minas esteve do lado das mineradoras. Diante da pressão dos movimentos sociais e de parlamentares da Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal, perceberam que tinham que oferecer um engodo para garantir o apoio popular.
Mas o plano deles é criar um parque (podemos dizer um parquinho), com uma delimitação ínfima, e assim justificar a exploração predatória que muito afetará a região metropolitana no seu visual e clima, que aumentará os níveis de poeira e ameaçará nossa segurança hídrica. Não nos resta dúvida de que essa proposta nada mais é do que um cavalo de Troia para que as mineradoras continuem a exterminar a nossa serra.
Fiquemos de olho e lembremos que Belo Horizonte não é mais a “cidade jardim” de outrora, carecendo hoje de áreas verdes. Continuemos com o lema “Zema, tire o pé da nossa serra”, e o melhor caminho se dará pela criação do parque nacional.
Rogério Correia é deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores e vice-líder do governo Lula na Câmara de Deputados.
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Leia outros artigos de Rogério Correia em sua coluna no jornal Brasil de Fato MG
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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.
Edição: Larissa Costa