Nas 27 capitais do país, em média, 95% da população recebe água potável na torneira de suas casas
“O quão perigoso é tomar água da torneira passando ela só pelo filtro de barro?”. A pergunta de hoje veio da amiga Mari. Ela vive em Belo Horizonte, uma capital. Segundo o Instituto Trata Brasil (2022), nas 27 capitais do país, em média, 95% da população recebe água potável na torneira de suas casas da empresa saneadora local.
Contudo, no caminho entre a estação de tratamento e o seu copo, há pontos em que a água pode se recontaminar, como o encanamento e a caixa d’água da residência. Por isso, é válido termos um tratamento final, em nossa casa, que assegure que a água que ingerimos esteja realmente limpa.
E o filtro de barro é a alternativa mais tradicional em nosso país para essa tarefa. Em seu interior possui ao menos uma vela composta de material cerâmico microporoso. A água percorre essa vela por ação da gravidade e sai filtrada na parte de baixo do recipiente.
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Dizer que a água é própria para o consumo humano diz respeito basicamente a duas coisas: que ela não apresenta microrganismos que possam causar infecções e nem uma concentração de substâncias químicas que possam trazer danos à saúde.
O filtro de barro é eficaz em garantir esses dois elementos? Sim. Diversos estudos científicos já confirmaram ao longo de décadas que o filtro de barro é eficaz no tratamento da água. Inclusive, ele é mais eficiente do que outros modelos de filtro, como os presentes em purificadores de água e bebedouros modernos.
Isso se deve ao fato de que nos purificadores e bebedouros a água é filtrada sob a pressão do encanamento, o que diminui um pouco a sua eficiência. Já no filtro de barro, a gravidade faz a água passar lentamente pela vela, o que garante uma melhor filtragem.
Há velas que possuem carvão ativado e prata em seu interior. Essas são ainda mais eficientes, por também retirarem o excesso de cloro e eliminarem melhor os microrganismos.
Mas, uma observação final importante! Os filtros devem ser lavados periodicamente. Devemos fazer a higienização dos mesmos com água sanitária diluída em água e uma bucha nova. Já as velas devem ser trocadas a cada seis meses, aproximadamente. Caso essa correta manutenção não seja feita, a qualidade da água pode ser comprometida.
E nada de lavar a vela com açúcar ou esfregar com a parte dura da bucha. Isso mais atrapalha do que ajuda.
Portanto, Mari, fique tranquila. Quem recebe água tratada em casa e passa ela pelo filtro de barro com a manutenção em dia está bastante seguro!
Um abraço (especial pra Mari desta vez) e até a próxima!
Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de ensino de Minas Gerais.
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Leia outros artigos de Renan Santos em sua coluna no jornal Brasil de Fato MG
Edição: Larissa Costa