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Coluna

EUA e Israel exterminam povo palestino com apoio da mídia brasileira

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Os lados em conflito não estão em pé de igualdade - Foto: Flickr/ Mídia Ninja
Israel é financiado pela nação mais poderosa do planeta

Imagine que seu país, em que seu povo viveu durante séculos, seja tomado por outro povo com a justificativa de que ali é sua terra de direito com base em textos sagrados. Essa ocupação acontece por meio de massacres que, ao longo de 75 anos, eliminam a população, expulsam as pessoas de suas terras, prendem milhares e levam outros milhões ao exílio.

Imagine que seu povo esteja condenado a viver entre muros tendo água, comida e energia controlados. O colonizador funda um país do qual seu povo não faz parte, não tem direitos políticos e civis e tudo o que lhes cabe são faixas de território constantemente controladas e atacadas de forma violenta.

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Mesmo diante de inúmeros apelos internacionais, essa ocupação não cessa porque o colonizador é financiado pela nação mais poderosa do planeta. Os grandes conglomerados midiáticos não ecoam a voz de seu povo porque estão tomados pela narrativa do colonizador. É assim que vive hoje o povo palestino.

Desumanização e apartheid

A exposição dessa situação não busca justificar os ataques promovidos pelo Hamas, grupo palestino de resistência armada. No entanto, a narrativa construída pela mídia hegemônica ao longo das décadas da ocupação israelense, promovem desumanização do povo palestino, identificando-os quase indiscriminadamente como terroristas para justificar o avanço de Israel no território.

A justa indignação diante das mortes de civis palestinos e israelenses não deve minar a capacidade de olharmos criticamente para a situação. E um dos principais pontos a serem colocados é que não se trata de uma guerra. A origem do conflito remonta à ocupação de Israel e aos posteriores ataques ao povo palestino. A situação hoje é classificada como um regime de apartheid em diversos documentos de organismos internacionais e as ações de Israel já foram consideradas como crimes contra a humanidade por organizações de direitos humanos.

Os lados em conflito não estão em pé de igualdade e o apoio dado a Israel pelos Estados Unidos é fundamental para que o país seja uma potência bélica. Em 2021 Israel teve um investimento equivalente a R$125 bilhões na Defesa, enquanto parte do armamento utilizado pelas organizações armadas palestinas é construída manualmente.

Dois Estados

A criação de dois Estados, resolução apontada pela ONU em 1967, parece cada vez mais distante, embora ainda seja colocada pela comunidade internacional como a melhor saída. O Estado de Israel hoje é governado pela extrema direita, que apoia o avanço em território palestino, embora parte de seus cidadãos e da comunidade judaica mundial não apoie tais práticas.

Ao povo palestino restou a luta incessante. Por isso, é fundamental a indignação diante das mortes de civis de ambas as partes, compreendendo, no entanto, que a reação palestina representa, antes de tudo, a resistência diante de um regime de segregação e de extermínio.

Edição: Elis Almeida