Um ato nesta segunda-feira (6) reuniu centenas de pessoas junto à embaixada do Reino Unido em Brasília (DF) para pressionar os britânicos em busca de justiça pelas pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015. A empresa anglo-australiana BHP Billiton é uma das responsáveis pela Samarco, junto da brasileira Vale.
Está em andamento na justiça britânica uma série de processos judiciais contra a BHP, e por isso a escolha do local da manifestação desta segunda. A soma das indenizações estimadas passa de R$ 230 bilhões, e o julgamento está previsto para outubro de 2024.
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Os participantes do ato sujaram os próprios corpos de lama, simbolizando as consequências do rompimento da barragem para as populações atingidas na bacia do Rio Doce. O grupo protocolou um documento solicitando diálogos entre os atingidos e a embaixada britânica, em busca de garantia de direitos.
O protesto faz parte da jornada de lutas de integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que se mobilizam na capital federal desde o último sábado (4) buscando garantir políticas públicas de proteção à vida e aos direitos básicos das populações atingidas por barragens.
"Nosso pedido aqui hoje foi que a Embaixada do Reino Unido interceda e dialogue com os atingidos do Brasil para que a empresa BHP seja punida exemplarmente em seu país de origem, na justiça de Londres, onde ocorre um processo em que ela será julgada em outubro do ano que vem", disse o integrante da Coordenação Nacional do MAB, Heider Barbosa, atingido da Bacia do Rio Doce.
O derramamento em Mariana, que completou oito anos no último domingo, é considerado pelo MAB o maior crime ambiental da história do Brasil e o maior crime da mineração no mundo. No total, 19 pessoas morreram, e outras milhares foram diretamente atingidas – e até hoje aguardam reparação.
Edição: Rodrigo Durão Coelho